Luciana Martins *
no Escondido
o pequeno brejo
era meu Tejo
a folha do bananal
minha nau
sob o pé
de pitomba
de dor nem sombra
sem energia
estrela do céu
era guia
no Escondido
tempo ido
virava garapa doce
e o engenho
era vida
como se fosse
hoje a cor
do buriti
já perdi
que eu não morra
sem esperança
de ter entre os dentes
de novo
da macaúba
a sustança
*Luciana Martins é poeta maranhense. Poema do livro "espetáculo das sensações alheias" (Medusa) , 1993.
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