Não se discute a qualidade artística e de aprovação popular do grupo Bicho Terra, braço carnavalesco da Cia Barrica do Maranhão. Ao longo dos últimos 20 anos, o Bicho pegou no carnaval de São Luís e ganhou até simpatia dos foliões do interior acostumados à cadência do hit da hora.
Criado pelo talentoso Zé Pereira Godão, diretor artístico e também coordenador do carnaval oficial do estado, o bloco da Madre Deus, de acordo com o pensamento meritocrático da atual gestão da Secretaria de Estado da Cultura, merece tratamento especial.
Neste domingo o mimo carnavalesco da governadora Roseana Sarney (`PMDB), cantora bissexta tanto do Bicho quanto do Boizinho Barrica, esbanja a gostosura do poder: tem nada menos que sete apresentações programadas pela SECMA no circuito da Madre Deus. No sábado o grupo agitou a galera do baile do Zoombido, numa cortesia do governo do estado ao colunista Zé Cirilo; e no 10º Festival Maranhense de Música Carnavalesca da Rádio Mirante, patrocinado pela SECMA. São nove, sem noves fora num fim de semana.
O bloco que embala foliões com hits como "Gostosa", de autoria do secretário de estado da cultura, Luiz Henrique Bulcão; "Não me belisque" e "Chamego" estipulou para temporada deste ano cachês que variam entre R$ 8 mil e R$ 15 mil, dependendo do CNPJ do contratante e de sua natureza, como convém ao bloco que nasceu da constatação poética de Godão de que "O homem, o mais animal dos bichos, atira sobre a Terra suas balas e venenos. A Terra ferida é o Bicho-Terra em meio a guerra, catástrofes e descaminhos".
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