Luiz Garcia
União Nacional dos Estudantes abriu esta semana em Goiânia o seu 52º - congresso. Já está bem velhinha essa instituição que representa os universitários brasileiros: nasceu em 1937 quando o Conselho Nacional dos Estudantes trocou de nome. Durante grande parte de sua história, a UNE teve pauta dupla. Defendia os interesses naturais dos estudantes principalmente os universitários e fazia política, quase sempre de esquerda. O que era inevitável, principalmente quando os governos eram de centro e de direita, como no caso do regime militar de 1964. Teve papel importante, por exemplo, na famosa passeata dos cem mil no Rio. A marcha ocupou toda a Avenida Rio Branco, da Cinelândia à Candelária. E não faltou quem se juntasse à manifestação sem motivos políticos: aderir à marcha era a forma mais prática, ou a única, de chegar à Praça Mauá.
No congresso deste ano em Goiás, temos uma UNE politizada como sempre, mas com um perfil raro em sua história: o de uma amiga do governo. O encontro, que deverá custar cerca de R$ 4 milhões, será financiado por entidades como a Petrobras e outras estatais, além do governo estadual e da prefeitura de Goiânia. Não é de se estranhar: a UNE é velha aliada de Lula, que deve aparecer por lá; outro que deve ir é o ministro da Educação, Fernando Haddad. Outros ministros também foram convidados.
Não é de se estranhar a presença de políticos numa reunião onde deverão estar dez mil jovens eleitores. Mas é fenômeno raro na história política do país que sejam todos, ou quase todos, gente do governo. O apoio financeiro ainda bem que ostensivo dos cofres públicos faz sentido do ponto de vista de quem tem as chaves desses cofres. É um gesto politicamente rentável para os ministros que forem a Goiás e para as autoridades locais.
Mas a opinião pública perde alguma coisa com isso. Os movimentos jovens costumam ser, nos países democráticos, enfáticos e entusiasmados fiscais dos ocupantes no poder. No Brasil destes dias, não parece que seja bem assim. Uma pena.
No congresso deste ano em Goiás, temos uma UNE politizada como sempre, mas com um perfil raro em sua história: o de uma amiga do governo. O encontro, que deverá custar cerca de R$ 4 milhões, será financiado por entidades como a Petrobras e outras estatais, além do governo estadual e da prefeitura de Goiânia. Não é de se estranhar: a UNE é velha aliada de Lula, que deve aparecer por lá; outro que deve ir é o ministro da Educação, Fernando Haddad. Outros ministros também foram convidados.
Não é de se estranhar a presença de políticos numa reunião onde deverão estar dez mil jovens eleitores. Mas é fenômeno raro na história política do país que sejam todos, ou quase todos, gente do governo. O apoio financeiro ainda bem que ostensivo dos cofres públicos faz sentido do ponto de vista de quem tem as chaves desses cofres. É um gesto politicamente rentável para os ministros que forem a Goiás e para as autoridades locais.
Mas a opinião pública perde alguma coisa com isso. Os movimentos jovens costumam ser, nos países democráticos, enfáticos e entusiasmados fiscais dos ocupantes no poder. No Brasil destes dias, não parece que seja bem assim. Uma pena.
De O Globo
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