27 de set. de 2011

Machado de Assis branco suspende campanha da Caixa

    O plano de fundo é a cidade do Rio de Janeiro em setembro de 1908. O escolhido para o vídeo que comemora os 150 anos da Caixa Econômica Federal (CEF) foi o escritor Machado de Assis. Até ai, tudo bem encaminhado. Banco brasileiro, personagem também. Mas a identificação com os clientes não aconteceu. Machado, conhecido por ser mulato, foi interpretado por um ator branco, o que provocou polêmicas e dividiu opiniões dos brasileiros.
    A campanha teve que ser retirada ainda na semana passada, na quarta-feira, 21. E, em nota, o presidente da Caixa pediu desculpas à população. “O banco pede desculpas a toda a população e, em especial, aos movimentos ligados às causas raciais, por não ter caracterizado o escritor, que era afro-brasileiro, com a sua origem racial”, disse o presidente da Caixa, Jorge Hereda, em nota. A propaganda foi alvo de reclamações na internet e de uma queixa formal divulgada na segunda-feira, 19, pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir-PR), que já havia pedido correção do vídeo.
    Em sua defesa, a Caixa disse que “o banco sempre se notabilizou pela sua atuação pautada nos princípios da responsabilidade social e pelo respeito à diversidade” e lembrou de outras oportunidades em que exaltou a diversidade étnica, sexual e cultural, como na campanha “Igualdade é para valer - 2011”, para o Ano Internacional dos Afrodescentes e o patrocínio da Parada do Orgulho GLBT.
    “É claro que sabíamos que ele era mulato”, diz José Carlos Borghi, sócio da agência de propaganda Borghierh/Lowe, responsável pela criação do filme polêmico. “Queríamos ser fiéis à fisionomia do escritor na fase madura da vida. Por isso, selecionamos um ator parecido com ele nesse período”, diz. Para José Carlos, o efeito da maquiagem na montagem final foi a responsável pela discussão da cor da pele.
    José Carlos não esconde a preocupação com a dimensão que o incidente causou. “A Caixa é uma instituição que tem um forte papel político social, o que torna esse incidente mais desagradável”, desculpa-se. “Estamos estudando as possibilidades de refazer a peça publicitária ou até produzir outro diferente.”
    Para Christiano Barbosa, da Time Comunicação, muitas vezes a publicidade tende a “pasteurizar” suas mensagens e finda por deixar de lado as diferenças étnicas, culturais e sociais, sob o pretexto de atingir um público maior com sua comunicação. A presença de afrodescendentes e mestiços se justifica não apenas em função do politicamente correto, mas também pelo fato de que os estereótipos não geram identificação com o público-alvo. “Assim, a campanha da Caixa poderia ter sido mais fiel à história. Isso elevaria o orgulho de nossas populações negras e pardas, bem como o nível de nossa propaganda”, diz.
Seppir
    Para a Secretaria, a campanha que traz Machado de Assis, um dos primeiros poupadores da Caixa representado por um ator branco é uma solução publicitária de todo inadequada por contribuir para a invisibilização dos afro-brasileiros, distorcendo evidências pessoais e coletivas relevantes para a compreensão da personalidade literária de Machado de Assis, de sua obra e seu contexto histórico.
    O episódio acontece exatamente no momento em que a Secretaria e a CEF estão construindo um termo de cooperação que envolve, entre outros, aspectos relacionados à representação de pessoas negras nas ações de comunicação.
Saiba mais
A Caixa Econômica Federal tem veiculado diversas propagandas para comemorar seus 150 anos.
Cada vídeo traz passagens importantes que marcaram a história do banco. A polêmica surgiu nas redes sociais após o mais recente deles, intitulado “O Bruxo do Cosme Velho”, retratar Machado de Assis na história da Caixa por ter citado em seu testamento a conta que tinha no banco.
A campanha é composta por 12 comerciais, um por mês, que foram divididos entre as três agências que detêm a verba de comunicação da Caixa, de cerca de R$ 350 milhões. Além da Borghierh, atendem o banco também a Fischer & Friends e a Nova S/B Comunicação.
Veja o vídeo:

Movimento quer manter feriado de 20 de Novembro em Pedreiras

    Circula pela internet abaixo-assinado a favor da manutenção da Lei 1.254/2008 que tornou feriado municipal em Pedreiras (Maranhão) o Dia 20 de Novembto - "Dia Nacional da Consciência Negra". Pedreiras foi o primeiro municipio transformar a data em lei.
    Acesse o documento no endereço: http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N14098
Assinam o documento:
PASTORAL OPERÁRIA
SINDICATO DOS COMERCIÁRIOS DE PEDREIRAS
SIMPROESSEMA - Pedreiras
ASSEMA
MIQCB
CENTRO DE CULTURA NEGRA DO MARANHÃO
ASSOCIAÇÃO DAS COMUNIDADES NEGRAS RURAIS QUILOMBOLAS DO ESTADO DO MARANHÃO-ACONERUQ
CONSELHO ESTADUAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE ÉTNICO RACIAL
NÚCLEO DE EXTENSÃO E PESQUISA COM COMUNIDADES NEGRAS RURAIS E QUILOMBOLAS –NURUNI-UFMA
GRUPO DE MULHRES NEGRAS MÃE ANDRESSA

Belo grupo de picaretas

Eliane Cantanhêde
BRASÍLIA - Lá se vão quase 20 anos desde que o Lula de antigamente falou e disse sobre os "300 picaretas [do Congresso], que defendem apenas seus próprios interesses".
    Eleito presidente e surfando em alta popularidade interna e externa, ele deixou essas picuinhas para lá e se esbaldou com os picaretas que antes criticava -e desprezava.
    Lá se vão também mais de seis anos desde que Roberto Jefferson detonou o "mensalão" de R$ 30 mil (em valores da época...) para parlamentares, em troca de apoio no Congresso.
    Nada parece ter mudado, a se considerar a afirmação do deputado estadual Roque Barbiere (PTB) de que 25% a 30% dos 94 membros da Assembleia Legislativa de São Paulo vendem emendas parlamentares e fazem lobby para empresas: "Tem um belo grupo que vive, sobrevive e enriquece fazendo isso". Muda a "praça", continua a prática dos "interesses pessoais".
    Nome aos bois, Barbiere, o novo Jefferson, não deu. A boiada inteira ficou marcada e seus 93 colegas têm a obrigação pessoal, política, ética e moral de investigar a acusação. Barbiere mentiu? Se falou a verdade, quem são e o que fazem exatamente os "25% a 30%"?
    Mas, peraí... se todos estão sob suspeição, quem é mesmo que vai investigar quem?
    Em tempos de Rock in Rio, vale lembrar que Os Paralamas do Sucesso pegaram carona nos "300 picaretas" de Lula e lançaram: "Luiz Inácio falou, Luiz Inácio avisou/ São 300 picaretas com anel de doutor/ Eles ficaram ofendidos com a afirmação/ Que reflete na verdade o sentimento da Nação/ É lobby, é conchavo, é propina e jetom/ Variações do mesmo tema sem sair do tom/ Brasília é uma ilha, eu falo porque eu sei/ Uma cidade que fabrica sua própria lei".
    Donde se conclui que, num ponto, Herbert Vianna errou: será que Brasília é tão ilha assim? Ao que parece, os picaretas estão por toda parte. E continuam firmes e fortes.
Da Folha de S. Paulo

Na coluna do Claudio Humberto

OS ESPECIALISTAS
Está tudo dominado: Marcelo Leal Oliveira, advogado de Fernando Sarney, e Marcelo Leonardo, defensor de Marcos Valério, réu no caso do mensalão, foram nomeados pelo presidente do Senado, José Sarney, para a comissão que vai redigir o anteprojeto do Código Penal.

Manchetes dos jornais

Maranhão
O Estado do Maranhão: Bancários entram em greve
O Imparcial: Definitivo! São Luís terá 31 vereadores em 2013
Região
Diário do Pará:Mulher é morta com 27 facadas
Jornal do Commercio:Segurança do Enem terá 2.600 policiais
Meio-Norte:Polícia perto de revelar quem matou Fernanda
O Povo:Em menos de uma semana, dois assassinatos em Benfica
País
Correio Braziliense: Choveu
Folha de S. Paulo: Crimes aumentam no Estado de SP em agosto
Estadão: Europa tenta blindar sistema financeiro contra calote grego
O Globo: BC radicalizará corte de juros, apesar da inflação
Valor: Importadores tentam negociar IPI de carros
Zero Hora: Ministro confirma metrô na Capital