17 de jul. de 2011

São Luís vai amanhecer mais suja na segunda-feira,18

    O Sindicato de Asseio e Conservação do Estado do Maranhão, SEEAC, irá promover uma paralisação dos agentes de limpeza da empresa Limpel, na segunda-feira, 18, durante a manhã. Os trabalhadores ficarão concentrados em frente a empresa.
    A paralisação foi motivada pelo descumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho negociado na última data-base, realizado em maio, que prevê o acréscimo de 7% no salário base da categoria, passando de R$530,00 para R$567,10. A outra razão foi que os empresários não aceitaram a proposta do sindicato quanto ao aumento do tíquete que passaria de R$160,00 para R$190, resultando em um acréscimo de 18,75%.

Resposta do professor Wagner Cabral aos comentários do senador José Sarney em VEJA

Para manter ‘Sarneyquistão’, senador marimbondo erra a verdade
    Soltando fogo contra minha pessoa, na tentativa de desqualificar-me pessoal, política e profissionalmente, o senador do Amapá e oligarca do Maranhão reitera seus conhecidos métodos de manipulação de informações visando confundir a opinião pública sobre a realidade de Sarneyquistão. Senão vejamos:
1. Em sua resposta a Veja, o “poeta da Arena” cita os dados do PIB (Produto Interno Bruto), quando a discussão era referente ao conjunto de Indicadores Sociais do Maranhão, que demonstram ser o estado o último do país em qualidade de vida da população. 1º erro da verdade.
2. O autor de Sarneyquistão das Águas também nega comandar há 46 anos, alegando não ter envolvimento com a ditadura militar (de quem foi leal e servil presidente do “partido do sim, senhor”), nem com as eleições de governadores pós-1982. Somente tolos acreditam nessa estória da Carochinha, já desmontada por diferentes analistas.
3. Em sugestivo ato falho, o highlander Dono do Mar admitiu que a venda das terras devolutas abriu as portas “a latifúndio, grilagem, expulsão de posseiros e pequenos proprietários rurais”, mas erra a verdade atribuindo a culpa aos governos que lhe seguiram. Não, a responsabilidade histórica dessa política fundiária, que o próprio oligarca admitiu ser “danosa ao Maranhão”, é da Lei no 2979/1969 (Estatuto da Terra ou Lei de Terras do governo Sarney), apenas continuada por seus sucessores.
4. A Lei de Terras de Sarney é criticada há décadas por pesquisadores da realidade agrária estadual, a exemplo de Victor Asselin, afirmando que “com o aparecimento da Lei e das Delegacias de Terras estourou, de verdade, a mais crítica problemática fundiária na história do Estado do Maranhão” (Grilagem: corrupção e violência em terras do Carajás. Vozes, 1982, p. 129).
5. Assim, se escondendo atrás de políticos já falecidos, o Estadista de Curupu tenta novamente falsear a verdade, apelando para o surrado chavão de que as críticas promovem uma ofensa ao Maranhão, quando na realidade se dirigem à nefasta e corrupta oligarquia que desmanda e mama no estado, dessa vez se equilibrando na república petista e sua cor local, o sarnopetismo.
Portanto, percebe-se como, para manter o domínio do Sarneyquistão, o senador moribundo mais uma vez erra a verdade, buscando limpar sua biografia e promover nova fraude da história (não custa lembrar que, recentemente, tentou o mesmo em relação ao impeachment de Collor e aos arquivos da ditadura).
(Wagner Cabral da Costa / historiador / São Luís / MA)

Esboço de resposta

Cateano Veloso
Vargas, o nosso Perón, não é sequer um nome que comova o coração de pessoas com menos de 60 anos
    Juan Arias, do “El País”, pergunta por que os brasileiros não demonstram indignação pública contra a corrupção, já que o governo Dilma, em seis meses, teve que expulsar dois ministros fortes por evidência de práticas ilícitas. Pensando nos protestos espanhóis contra o sombrio clima político resultante do caos financeiro pós-2008, ele estranha a atual apatia no país das Diretas Já e dos caras-pintadas. Ao ler seu artigo, me lembrei de ter visto e-mails-filipetas convocando encontros semelhantes aos da Puerta del Sol em frente ao Copacabana Palace. Um pequeno grupo de pessoas tentava incitar pelo menos a garotada e os velhinhos descolados da Zona Sul a se manifestarem.
    As notícias são de fato estarrecedoras. Palocci ter caído pela segunda vez em poucos anos e, semanas depois, a cúpula do Ministério dos Transportes ser defenestrada significa que o governo, mais uma vez, se vê obrigado a admitir que não pode sequer tentar negar as acusações gritadas pela imprensa. Ricardo Noblat dissecou o histórico sujo de Pagot — e este passou pelo Congresso com muito lubrificante. Não há quem não saiba que se mantém a tradição de mensaleiros e aloprados. Sendo que Palocci e Nascimento são herança direta do governo Lula.
    Eu começaria a responder a Arias dizendo que as manifestações verdadeiramente populares do Brasil moderno têm em seu DNA a explosão indignada que o suicídio de Getúlio deflagrou: ela era contra o moralismo udenista e a imprensa que o apoiava. Este DNA estava nas Diretas Já, nos caras-pintadas e na passeata dos cem mil de 1968. Não somos a Argentina. E Vargas, o nosso Perón, não é sequer um nome que comova o coração de pessoas com menos de 60 anos. Mas o fim da era Vargas, que FH preconizara,
não se realizou. Está, na melhor das hipóteses, em andamento. Lento. A estrutura mental deixada por Vargas é ainda dominante. Seus conteúdos são na maioria inconscientes, mas têm consequências. Então não pode ser fácil arregimentar gente para protestar contra a frouxidão com que se tratam os crimes de corrupção no país.
    Arias chama a atenção para o fato de que milhões vão a marchas pelos veados, pelo evangelismo e pela maconha. Sim. Mas isso reflete, por um lado, a tendência contemporânea para a compartimentalização de temas ideológicos, e, por outro, a ausência de estímulo para pôr em xeque um governo cujo histórico tem mais a ver com as manifestações pró-Vargas do que com as críticas ao “mar de lama”. Como iniciar um apelo pela internet para uma passeata contra a impunidade de altas autoridades que são exoneradas e logo santificadas pelos mandatários se a web está cheia de blogueiros lutando contra a “imprensa golpista”? Esses movimentos crescem em ambientes estudantis, em rodas de jovens artistas, em papo de trabalhadores sindicalizados, em naves de igrejas. Como imaginar algo assim acontecendo se a UNE é financiada por estatais e os sindicatos estão nos palácios? Em suma: se os formadores de rebelião são hoje todos chapa-branca, como organizar o movimento?
    Claro que essas manifestações espanholas, inspiradas imediatamente no cheiro de jasmim que vem do Oriente, têm caráter sessentista. Como o maio francês e a contracultura americana, elas são mais geracionais do que de classe.
    Odeio esse papo de imprensa golpista. Mas é fato que a imprensa brasileira tem o Estado oligárquico em seu DNA. E eu amo mais Vargas como figura histórica do que seus detratores. Começou copiando Mussolini, terminou assustando as oligarquias. Grosso modo, o conluio de Vargas com Samuel Wainer é algo mais progressista do que os jornais pró-Lacerda que viraram, anos depois, marchas da família com Deus pela liberdade. Nestas, viu-se que a mistura de plutocracia com moralismo católico vulgar é marca genética de nossas movimentações políticas mais antiga e mais resistente do que a que se revelou com a morte de Getúlio. Os blogueiros lulistas enfrentam internautas malucos herdeiros das marchadeiras. Será que todas as tramoias de Lula com os parceiros mais variados são mesmo mais progressistas do que toda e qualquer crítica que se lhe faça? Não creio. Não creio nem que as tramoias de Vargas, por mais estruturadoras do novo Brasil que tenham sido, devessem ser imunes a críticas — nem à época, nem agora. E a superação do estágio em que Vargas nos deixou requer coragem para que sejamos mais exigentes do que pudemos ser até aqui. Zuenir tocou na ferida, quando decidiu ousar não temer o udenismo. Será ele apenas a voz mais refinada da imprensa golpista?
    Jânio de Freitas insiste em que o silêncio sobre empresas, mesmo quando se malham políticos, é sintoma de uma sociedade que resiste a mudanças mais fundas. O que é inegável. Mas nem o carnaval contra os corruptos parece possível orientarse. As mesmas pessoas que estavam na primeira fila da passeata dos cem mil ou no comício das diretas ainda estão na festa da posse de Lula. E o povo iletrado só tem a agradecer.
    Votei em Marina para dizer que o número dos avisados é maior do que se pensa. A contagem dos votos confirmou. Novos critérios. A oposição não pode ser refém de reacionários fanáticos. Se um entrudo antiempresas corruptoras, mesmo com bonecos de Palocci, Dirceu e Nascimento, surgisse de surpresa, seria um sinal de saúde: o esboço de um pós-getulismo progressista, civilizador e moderno, levando o Brasil a dizer ao mundo o que este precisa ouvir.
De O Globo

I Festival Lume de Cinema - Programação deste domingo,17

Sessão 9 – 14:30
Disco and atomic war
Sessão 10 – 16:30
El ambulante
Áurea
Avós
Uma noite em 68
Sessão 11 – 18:30
A ultima estrada da praia
Mapa Mundi
A vermelha luz do bandido
O último retrato
O contador de filmes
Sessão 12 – 21:00
Oliver sherman
Bathing Micky
Preacher

Redescoberta de Oswald de Andrade

Ferreira Gullar
    CREIO QUE foi em 1953 que eu, ao entrar na livraria da editora José Olympio, então na rua do Ouvidor, deparei-me, sobre um balcão, com vários exemplares do livro "Serafim Ponte Grande", de Oswald de Andrade, a preço de liquidação.
    Eu, que o conhecia de nome de uns raros poemas, comprei um exemplar e, naquele mesmo dia, o li dando gargalhadas. É certo que sempre tive simpatia pelos irreverentes, talvez porque da irreverência resulte uma ruptura com a mesmice.
    Essa releitura foi para mim uma revelação. Oswald ainda estava vivo, mas quase ninguém tomava conhecimento de sua literatura. Agora ele acaba de ser homenageado pela Festa Literária de Paraty.
Naquela semana mesmo, na casa de Mário Pedrosa, falei de Oswald, da boa surpresa que tive ao lê-lo. Mário sorria satisfeito, admirador que era da literatura de Oswald e de seu espírito irreverente.
Contou-me algumas histórias engraçadas que sabia dele. Pegou da estante um exemplar de "Pau Brasil". Era a primeira edição, com a bandeira brasileira desenhada na capa. "Você vai gostar", disse-me ele, ao me entregar o livro. E na verdade o li com prazer e surpresa, encantado com a maneira jovem que ele tinha de dizer as coisas.
    Além do humor, o que percebi de melhor em sua literatura foi o frescor da linguagem, diferente da de outros poetas brasileiros modernos, mesmo os que vieram depois dele:
"Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados."
    Falei do livro com Oliveira Bastos, então jovem crítico literário, que também decidiu voltar-se para Oswald de Andrade. E se tornou seu amigo. Naquele mesmo ano, estava eu em casa de Amelinha, minha namorada na época, no dia em que completava 23 anos de idade, quando toca a campainha da porta e surge um homem grande, de olhos verdes enormes, em mangas de camisa. Não acreditei no que via: ali estava Oswald de Andrade, que me abraçou e disse que vinha me cumprimentar pelo meu aniversário.
    Com ele, rindo de meu espanto, entrou Bastos, que tramara tudo e lhe tinha levado uma cópia de "A Luta Corporal", ainda inédito. Isso ouvi do próprio Oswald, que afirmou, exagerado como era: "Com você, renasce a poesia brasileira".
    E, como se não bastasse, acrescentou que ia dar um curso de literatura brasileira na Itália e a última aula seria sobre minha poesia. Melhor presente de aniversário não podia haver. Ele me deu então um livro com suas peças "A Morta" e "O Rei da Vela", editado já havia algum tempo, que guardo comigo até hoje.
    O Réveillon daquele ano passamos os três -Bastos, Amelinha e eu- na sua casa em São Paulo, em companhia dele e Maria Antonieta d'Alkmin, sua mulher e musa. Já estava doente e trazia uma pequena medalha de Nossa Senhora, presa à blusa do pijama. Mas ele não é ateu?, perguntei a mim mesmo, achando graça. Em outubro daquele ano, morreria. Escrevi, então, um poema, que terminava assim: "Fez sol o dia todo em Ipanema. / Oswald de Andrade ajudou o crepúsculo, hoje, dia 24 de outubro de 1954".
    Naquele ano, eu havia publicado "A Luta Corporal", em cujos poemas finais desintegrava a linguagem, o que chamou a atenção de três jovens poetas paulistas -Augusto e Haroldo de Campos e Décio Pignatari-, que me procuraram.
    Augusto veio encontrar-me, no Rio, quando conversamos sobre as questões que ele levantou acerca da poesia brasileira. Foi num almoço na Spaghettilândia, na Cinelândia.
    Falou-me do propósito do grupo deles de renovar a poesia brasileira e foi por essa razão que me procuraram, já que meu livro rompia com "a poesia sentada", na expressão deles. E então citou os poetas brasileiros que, no seu entender, representavam um caminho para a renovação: Mário, Drummond, Cabral. Oswald de Andrade estava fora.
    Estranhei e ele então respondeu que não se podia levá-lo a sério, por considerá-lo um irresponsável. Respondi que, irresponsável ou não, sua poesia era inovadora, sua linguagem tinha um gosto de folha verde. Ele ficou de relê-lo e da releitura que fizeram resultou a redescoberta de Oswald de Andrade. Por tudo isso, fiquei feliz ao vê-lo homenageado agora pela Flip 2011.
Da Folha de S. Paulo

UNE elege novo presidente neste domingo em Goiânia (GO)

    A União Nacional dos Estudantes (UNE) encerra neste domingo (17) seu 52º Congresso, realizado na cidade de Goiânia (GO), realizando a eleição do próximo presidente da entidade. O processo eleitoral da UNE, que está completando 74 anos de vida, começa quatro meses antes da eleição, quando as universidades elegem seus delegados. De acordo com a assessoria de imprensa da organização, 98% das universidades brasileiras realizaram esta primeira etapa.
    Para cada dois mil alunos matriculados a universidade tem direito a um representante. No total, são 10 mil estudantes participando, sendo três mil delegados. Qualquer estudante pode organizar uma chapa e concorrer, mas somente os representantes eleitos podem votar. As inscrições são feitas até este domingo pela manhã  e a estimativa com base na média de anos anteriores é de 12 chapas concorrentes. No final do dia, são montadas uma urna para cada chapa e os delegados depositam seus crachás na urna corresponde ao candidato escolhido.
    Ao menos três chadas devem participar do processo: "Transformando o sonho em realidade", "Movimento Kizomba" e "Contraponto Oposição". "A gente acha que um Brasil soberano, um Brasil que se dedica a educação, também tem que pensar numa educação privada para que ela cumpra uma função social", defende Alexandre Silva, da chapa "Transformando o sonho em realidade". O congresso de estudantes está sendo patrocinado pela Petrobras.
    O pernambucano Yuri Pires Rodrigues,  estudante de história da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), filiado ao Partido Comunista Revolucionário, PCR,  (ainda sem registro definitivo), está concorrendo à presidência por uma chapa de oposição à atual diretoria. A proposta do pernambucano é trazer de volta à UNE uma agenda de mobilização mais eficiente resgatando lutas históricas como a garantia de não-privatização do petróleo nacional e debatendo temas atuais como o novo Código Florestal.
Com informações de agências

Livro de Moisés Matias resgata cultura tradicional do povo maranhense

    O Maranhão pode ativar o seu FIB (Felicidade Interna Bruta), em um prazo de até cinco anos, e se transformar em um Estado com generosidade, abundância, qualidade de vida e preservação dos recursos naturais.
    Essa é a tese principal do livro Sítio Ecológico um guia para salvar a terra (2ª. Ed), que será relançado na quinta-feira, 21, a partir das 16 horas, no auditório da Superintendência Federal da Agricultura, situado próximo ao Hospital Pam Diamante, no Bairro Diamante.
    O livro é um manual para ativação da FIB e se sustenta na cultura tradicional do povo maranhense. A partir da cultura tradicional, valoriza-se os recursos naturais, possibilitando assim a ativação de riquezas e rendas abundantes, mas nem sempre reconhecidas como tal, como o patrimônio tradicional, a fertilidade do solo, a diversidade biológica, a abundância de água, do sol, do vento, da chuva, da paisagem, entre outras.
    O estudo relata o processo de construção do Sítio Ecológico Panakuí, uma área de três hectares situado na zona rural de São Luís. Com dez capítulos, o estudo mostra que a área possui 10 dimensões de riqueza, as quais são analisadas e estudadas como dimensões integradas.
    Lançado em Belém/Pa, em Porto Velho/Ro, em Rio Branco/Ac, o trabalho foi convertido em um método de ativação da dimensão ecológica profunda das pessoas. Nas vivências ecológicas que realizamos, no Sítio Panakuí e em outros espaços verdes, procuramos ativar a sensibilidade ecológica despertando imagens e lembranças através do sabor, do odor, da visão e da audição.
    No lançamento será apresentado, além do livro, algumas metodologias desenvolvidas no sítio, as parcerias que estão se formando em torno do projeto, no Maranhão e em outros estados.

No Painel da Folha de S. Paulo

contraponto
Nas alturas
Na abertura do 6º Salão de Turismo, quarta-feira, em São Paulo, o ministro Pedro Novais foi a estrela do evento e passou parte da solenidade ao lado do prefeito Gilberto Kassab e de Orlando Silva (Esporte), ambos bem mais altos do que ele.
Vendo a cena, um assessor brincou:
-No próximo salão, precisamos providenciar equipamento novo para a infraestrutura do turismo brasileiro: um banquinho...
Por Renata Lo Prete