27 de abr. de 2010

PSB e Ciro Gomes divergem da tática para as eleições de outubro

Como um espadachim heróico, o deputado federal cearense Ciro Gomes (PSB-SP) reagiu firme à decisão da Executiva Nacional do Partido Socialista Brasileiro em retirar sua candidatura à presidência da República. O prenúncio do golpe foi o esturro de Gomes em forma de entrevista dada ao portal IG. Duro nas palavras constumazmente, Ciro Gomes destilou críticas à candidata patrocinada pelo Palácio do Planalto e não deu outra: ficou isolado.

Na noite desta terça-feira, Ciro Gomes e Executiva Nacional vieram à público explicar as diferenças em notas oficiais. Confira os persamentos divergentes sobre o projeto do PSB e do ex-presidenciável Ciro Gomes.


Nota Oficial

Da Comissão Executiva Nacional
Aos militantes socialistas, aos partidos fraternos e à sociedade brasileira,

A Comissão Executiva Nacional (CEN) do Partido Socialista Brasileiro (PSB) reuniu-se nesta data em sua sede, em Brasília (DF), para avaliar o quadro político-eleitoral do País e deliberar, depois de ouvidos os Diretórios Estaduais, sobre o papel a ser desempenhado pelo PSB na sucessão presidencial. Decidiu a CEN, por maioria de votos, não apresentar candidatura própria à Presidência da República.

A Comissão Executiva Nacional avalia como correta e consequente a participação do PSB no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É dever das forças populares contribuir para a continuidade desse projeto, a partir do qual o Brasil retomou o caminho do desenvolvimento soberano, com maior repartição de renda e menor exclusão social.

As eleições de outubro não estão definidas. A aliança da oposição representa um desafio real aos socialistas e outras forças populares. O PSB está pronto para ampliar sua presença nos governos estaduais e no Senado, e duplicar sua representação na Câmara dos Deputados, reafirmando-se como um partido capaz de liderar, ao lado de outros, o avanço das mudanças há tanto tempo exigido pelo povo brasileiro. Sob tal perspectiva, para o PSB a disputa das eleições de outubro, em todos os seus níveis, é um projeto estratégico, condicionado, obrigatoriamente, pelos balizamentos da conjuntura.

Ao patrocinar a pré-candidatura presidencial do deputado federal Ciro Gomes, enxergou o PSB, associadamente a esse projeto estratégico, a possibilidade de contribuir para o aprofundamento das mudanças iniciadas pelo governo do presidente Lula.

De nenhuma forma foram em vão os esforços do PSB e do deputado federal Ciro Gomes nestes movimentos iniciais da campanha presidencial. Administrador vitorioso em diversos níveis de governo, homem de ideias e de atos em favor do País, Ciro Gomes engrandeceu o debate republicano. Com ele, expusemos nossas propostas aos brasileiros, mobilizamos a nossa militância e abrimos novas e concretas vias de crescimento partidário. O PSB permanece firme e ativo no processo sucessório. Nele, queremos somar, unir e avançar, em favor da construção de uma Nação à altura das mais legítimas esperanças socialistas.

Brasília (DF), 27 de abril de 2010
Comissão Executiva Nacional (CEN)
Partido Socialista Brasileiro (PSB)


Nota Oficial
De Ciro GomesAo rei tudo, menos a honra
 
A cúpula de meu partido, o PSB, decidiu-se por não me dar a oportunidade de concorrer à Presidência da República. Esta sempre foi uma das possibilidades de desdobramento da minha luta. Aliás, esta sempre foi a maior das possibilidades. Acho um erro tático em relação ao melhor interesse do partido e uma deserção de nossos deveres para com o País.


Não é hora mais, entretanto, de repetir os argumentos claros e já tão repetidos e até óbvios. É hora de aceitar a decisão da direção partidária. É hora de controlar a tristeza de ver assim interrompida uma vida pública de mais de 30 anos dedicada ao Brasil e aos brasileiros e concentrar-me no que importa: o futuro de nosso País!

Quero agradecer, muito comovido, a todos os que me estimularam, me apoiaram, me ajudaram, nesta caminhada da qual muito me orgulho.

Quero afirmar que uma democracia não se faz com donos da verdade e que, se minhas verdades não encontram eco na maioria da direção partidária, é preciso respeitar e submeter-se à decisão. É assim que se deve proceder mesmo que os processos sejam meio tortuosos, às vezes.

É o que farei.

Deixo claro: acato a decisão da direção do partido. Respeitarei as diretrizes que, desta decisão em diante, devem ser tomadas em relação ao nosso posicionamento na conjuntura política brasileira .

Meu entusiasmo, e o nível de meu modesto engajamento, entretanto, compreendam-me, por favor, meus companheiros, irão depender do encaminhamento, pelo partido, de minhas preocupações com o Brasil, com nossa falta de um projeto estratégico de futuro, com a deterioração ética generalizada de nossa prática política, com a potencial e precoce esclerose de nossa democracia.

Agradeço novamente aos companheiros de partido pelo apoio que sempre me deram. Faço também um agradecimento especial ao povo cearense pelo apoio de todas as horas; mas minha lembrança mais grata vai para o simpatizante anônimo, para o brasileiro humilde, para a mulher trabalhadora, para os jovens, em nome de quem renovo meu compromisso de seguir lutando!

Mais Cultura na Amazônia Legal abre financiamento para 217 municípios maranhenses

Projetos culturais de jovens da região amazônica receberão cerca de R$ 14 milhões em financiamentos do Ministério da Cultura. Os financiamentos serão feitos por meio do Programa Microprojetos Mais Cultura na Amazônia Legal, que tem o objetivo de promover projetos de artistas, grupos artísticos independentes e produtores culturais da Amazônia.Nesta edição, o valor do teto dos financiamentos subiu para 35 salários mínimos.

Esta será a segunda edição do projeto. A estimativa do Ministério da Cultura é financiar cerca de 800 projetos culturais, pelo menos um em cada município da região amazônica. A Amazônia Legal é constituída pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, de Mato Grosso, do Pará, de Rondônia, Roraima e do Tocantins, totalizando 771 municípios.

Jovens artistas entre 17 e 29 anos residentes em localidades da região amazônica podem se inscrever. Nesta edição, além das inscrições pela internet, poderão ser feitas inscrições orais por meio digital ou fita cassete enviadas pelo correio. A iniciativa auxiliará os candidatos que não saibam escrever ou não tenham acesso à internet. As inscrições vão até o dia 11 de junho e são gratuitas.

Também podem participar pessoas jurídicas sem fins lucrativos que desenvolvam projetos socioculturais nos segmentos de artes visuais, artes cênicas, música, literatura, audiovisual, artesanato, cultura afro-brasileira, cultura popular, cultura indígena, design, moda e artes integradas (ações que não se enquadrem nas áreas anteriores ou que contemplem mais de uma área artística na mesma proposta).

O custo amazônico, definido na 2ª Conferência Nacional de Cultura, tem por objetivo contribuir para promover mais oportunidades aos jovens da região amazônica.

Os editais e formulários de inscrição estão disponíveis nos sites do Ministério da Cultura (www.cultura.gov.br), do Programa Mais Cultura (http://mais.cultura.gov.br) e da Funarte (www.funarte.gov.br).

Inscrições orais deverão ser enviadas para o endereço da Funarte em Brasília:
Programa Mais Cultura – Ação Microprojetos Amazônia Legal,
Coordenação de Difusão Cultural da Funarte/MinC,
Eixo Monumental, Setor de Divulgação Cultural, Lote 02
CEP: 70.070-350 - Brasília - DF

Com informações da Agência Brasil

José Alencar sofre golpe do falso sequestro

O vice-presidente da República, José Alencar (PPS), foi transformado na noite de domingo em mais uma vítima do golpe do falso seqüestro, segundo reportagem publicada hoje no Jornal do Brasil.

Baseado em relato do próprio Alencar à jornalistra Hildegard Angel, o texto da reportagem diz o seguinte:

“Sem empregados em casa, em Ipanema, ele mesmo atender ao toque do telefone, aceitando a chamada a cobrar e ouvindo, do outro lado da linha, o choro forte de uma jove, que ele julgou fosse uma de suas filhas. Ela apelava, desesperada:

“Meu, meu pai, me pegaram, meu pai, estou amarrada. Paga logo eles, para eles me soltarem., meu pai!”. Ato contínuo, um suposto seqüestrador assumiu o telefone anunciando que a moça estava em seu poder e exigindo R$ 50 mil de resgate.

Muito tenso, Alencar tentou argumentar, alegando não ter, àquele hora, tal soma.

“Não sou do Rio, não tenho tudo isso aqui”.

O criminoso, irredutível,também pediu joias. Alencar explicou que sua mulher muito religiosa, fizera promessa e não as tinha.

Depois de negociar sob pressão emocional, ouvindo o choro da “filha” ao fundo, Alencar conseguiu baixar para R$ 20 mil e, em seguida, sem desligar acionou o empresário Walter Moraes:

“Preciso pegar R$ 20 com urgência no Banco do Brasil.”

O amigo se prontificou, ouvindo:

“Então manda providenciar para mim, é uma emergência, é uma emergência”.

Enquanto aguardava o dinheiro, ainda ao telefone, o interlocutor fez a pergunta:

“Você trabalha com o quê?” E ele: “Eu sou vice-presidente da República do Brasil”. E o bandido: “Qual é o seu nome?”” José Alencar Gomes da Silva”. Ato contínuo, o bandido desligou.

A segurança da Vice-Presidência apura a origem do telefonema, que tudo leva a crer, foi mais um a partir de presídios., que por mais que a população sofra , continuam a receber sinal de empresas de telefonia móvel, mais afeita a seu lucro do que às necessidades da população.

(...) Com experiência na investi9gação desse tipo de crime, o titular da Divisão Anti-Sequestro da Polícia Civil, Marcos Reimão, fez críticas ao atual modelo adotado pelas operadoras de telefonia móvel do país. Segundo ele, a preocupação com o lucro permite que clientes estejam cadastrados nos bancos de dados das empresas sem informações básicas que poderiam solucionar casos de extorção por telefone.

“O interesse público nunca foi prioridade para as operadoras, já que a parte financeira está acima de tudo e de todos”, reclama Reimão.

Imagem de calendário de São Luís da década de 60


Praça Benedito Leite e o Centro Caixeiral em primeiro plano

Arnaldo Antunes cria linguagem lúdica em livro

MARCO RODRIGO ALMEIDA
Da Folha de S. Paulo 

Quem acompanha o trabalho de Arnaldo Antunes não será surpreendido ao encontrar entre as páginas de "n.d.a.", novo livro que ele lança hoje, imagens de portas, pés, guarda-chuva, ovos e placas. A poesia que nasce do estranhamento e do inusitado é uma busca constante para ele, que trafega com igual naturalidade pela música, literatura e artes plásticas.

Em "n.d.a." esses talentos se misturam com espontaneidade. Arnaldo, como de costume, assina o projeto gráfico do livro, que parte de uma "viagem" que faz com a configuração gráfica das palavras, processo fundamental de sua criação.

A experiência lúdica já começa pela título. O autor propõe um diálogo entre "n.d.a." e "Nada de DNA", seção do novo livro que já constava na antologia "Como É que Chama o Nome Disso", de 2006, mas só agora foi publicada como parte de um volume inédito.

A escolha da foto da capa, um ovo com uma vírgula desenhada na superfície, também resultou de um longo processo de "gestação". A imagem já o perseguia desde "Ou e" (1983), seu primeiro livro de poesia. "Tem a ver com continuidade, dialoga com a ideia de nada, de DNA." E a misteriosa e solitária vírgula?

"É uma referência à linguagem. Tirada de seu lugar natural, a frase, a vírgula perde sua função e ganha outro sentido."

Musicalidade
Entre o que é racionalizado e o que escapa das explicações, não será difícil para o leitor "ouvir" em alguns dos poemas a voz metálica do autor, ao som de guitarras ao fundo.

A musicalidade é ressaltada em muitos deles, como "Ela e Você", que faz lembrar a canção "Essa Mulher", do CD "Paradeiro", e em "n.d.a." (trecho ao lado), que dá nome ao volume.

Coincidência ou não, o livro foi concebido durante as gravações de "Iê Iê Iê" , CD em que ele buscava a melodia perdida pelo rock nos últimos anos.

A interação é frequente na carreira de Arnaldo. Poemas já viraram faixas de CD ("As Coisas", "Dinheiro") e canções ("O Quê") foram publicadas como poesias.

"Uma coisa alimenta a outra. Desde o modernismo, passando pela bossa nova, pela poesia concreta, pelo tropicalismo, as fronteiras entre música e literatura já foram quebradas."

Cartões postais
Além de imagens de exposições realizadas por ele, "n.d.a." revela um hobby de Arnaldo: fotografar placas e escritos urbanos nas cidades que visita. Parte da coleção, iniciada há mais de dez anos,foi publicada em forma de cartões postais.

A palavra escrita mesclada à imagem rende flagrantes inusitados, como no cartão que mostra uma caçamba, repleta de lixo, onde está escrita a palavra "divino". "É um esboço de um projeto que quero desenvolver mais profundamente no futuro: fazer um livro só com esses cartões, como se fosse uma história em quadrinhos."
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N.D.A.
Autor: Arnaldo Antunes
Editora: Iluminuras
Quanto: R$ 44 (208 págs.)





Trecho de "n.d.a"

nenhuma das alternativas me atrai- nem a lua que brilha nem a folha que cai nem o nome do pai
nenhuma das alternativas me dá medo- nem olhar a mulher nem saber o segredo nem a bruxa de Blair nem o bispo Macedo
nenhuma das alternativas me seduz- nem a voz do deserto nem a mão que conduz nem o sonho desperto nem o lustro da luz

No Painel da Folha de S. Paulo

Contraponto

Liga pra mim
A certa altura do governo Sarney (1985-1990), o então deputado Leopoldo Bessone (PMDB) entrou na lista de cotados para virar ministro da Reforma e Desenvolvimento Agrário, o que colocou a imprensa em seu encalço.

Naquela época pré-celular, um repórter conseguiu o número da casa de Bessone e não parou mais de ligar:
-O senhor vai ser ministro?
-Meu caro, não tem nada disso...
No enésimo telefonema, ele resolveu abrir o jogo:
-Estou esperando o Sarney ligar. Se o número estiver ocupado e ele escolher outro ministro, eu te mato!

Em tempo: Sarney encontrou Bessone, que ocupou o ministério de agosto de 1988 a fevereiro de 1989.

Manchete dos jornais

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