19 de mar. de 2010

Agora vai...para o lixeiro

Sem coleta, moradores de São Luís sofrem com lixo nas ruas

Uma briga entre a prefeitura e uma empresa contratada interrompeu a coleta do lixo em 140 bairros.


Os moradores de São Luís têm passado dias não muito agradáveis. A coleta de lixo na cidade foi interrompida há mais de uma semana. São toneladas e mais toneladas de sujeira nas ruas.

A sujeira toma conta das ruas históricas, das praias. Está na porta das igrejas e nas praças de São Luís. Uma briga entre a prefeitura e uma empresa contratada interrompeu a coleta do lixo em 140 bairros.

Os donos da empresa alegam que não estavam recebendo pelo serviço e dizem que só vão retomar a coleta depois que o município pagar o que deve.

"Essa dívida hoje gira em torno aproximadamente de R$ 12 milhões, sem contar com a multa da rescisão contratual com a prefeitura", calcula o advogado Manoel Felinto.

A prefeitura suspendeu o contrato com a empresa.

"Contrato foi rompido porque estava sendo maculado o interesse público. A empresa não estava atendendo aos requisitos do contrato, portanto a administração pública tinha o direito de agir", aponta o procurador do município Francisco Coelho Filho.

Enquanto isso, a população sofre com a sujeira. A cada dia mais 1,2 mil toneladas de lixo ficam acumuladas pelas ruas da capital maranhense.

Uma semana sem fazer a coleta e os condomínios ficaram com os depósitos abarrotados de lixo. A população está sendo obrigada a recorrer aos carroceiros que fazem o serviço que é da prefeitura.

Ao todo, 1,5 mil famílias em um condomínio vão pagar este mês uma taxa extra para remover a sujeira acumulada no depósito.

"Um serviço que poderia ser feito extra de beneficio para o condomínio e vamos ter que pagar para o carroceiro levar o lixo", afirma o administrador de condomínio Jailton Medeiros.

A creche também recorreu a uma carroça para evitar a contaminação das crianças.

"Eu paguei um carroceiro para tirar o lixo da porta. Tem fralda descartável, alimentação de criança", reclama a dona da creche Valdélia Abreu.

O Engenho de Flores de Josias Sobrinho

"Meu cantar é minha cápsula de viver. Sem cantar não me realizo como gente. Muito menos como compositor. Só cantando minha obra se concretiza, e o mundo pode ter algum sentido."

Josias Sobrinho, cantor e compositor maranhense autor de "Engenho de Flores, "Luiza", "A revolta da asa branca" e outras músicas


Décima sétima gravação de Engenho de Flores.


Incluída pela cantora japonesa radicada no Brasil, Mako, em seu cd, "Algumas Cores", tendo Israel Dantas como um dos músicos/arrajadores e produtor. Participam também outros dois maranhenses Zé Américo e Papete.

Link de download: http://www.megaupload.com/?d=9QFLWQFJ

No blog do desembargador José Luiz Almeida


Decidido!

Tá decidido: para promoção por merecimento só receberá meu voto o juiz que morar na comarca. Tá decidido, também: não aceito que magistrado vá a meu gabinete pedir voto para promoção. Eu abomino essa prática! Quem desejar ser promovido só precisa trabalhar - e prolatar decisões de qualidade. A propósito, já pedi, publicamente, na sessão da última quarta-feira, que a Corregedoria me encaminhe pelo menos três decisões de mérito dos candidatos à promoção, com a antecedência necessária, para que eu possa aferir a qualidade do seu trabalho.

Portanto, para merecer o meu voto, o candidato à promoção deve:

I - morar na Comarca;

II - produzir muito; e

III - produzir com qualidade.

Se você se encaixa nesse perfil, não precisa me pedir nada. É só aguardar que o voto vem.

Assembléia gaúcha aprova exigência de diploma para jornalistas no serviço público*

Jornalistas gaúchos comemoraram esta semana a aprovação, pela Assembléia Legislativa do RS, do Projeto de Lei 236/2009, que torna obrigatório o diploma de Jornalismo para o exercício da profissão no serviço público estadual. A FENAJ prossegue com a orientação de que se busque, nos estados, contato com o s líderes de bancadas para acelerar a composição da Comissão Especial da Câmara dos Deputados que analisará a Proposta de Emenda Constitucional 386/09.

Na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul o Projeto de Lei 236/2009 foi aprovado por unanimidade. Tal resultado surpreendeu o próprio autor do projeto, o deputado Sandro Boka (PMDB). “Confesso que fiquei surpreso com a unanimidade, mas esperava uma certa aprovação porque quando o STF derrubou o diploma, muitos deputados repudiaram a decisão”, explica.

Agora, o PL deverá ir para sanção da governadora Yeda Crusius (PSBD). “O Legislativo do Rio Grande do Sul deu um exemplo que deve ser seguido por todo o País. Foi uma resposta ao STF. Agora só precisamos fiscalizar para que essa lei seja cumprida”, diz o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do R io Grande do Sul, José Maria Rodrigues Nunes, que pretende solicitar uma audiência com a governadora e pedir a aprovação do projeto.

Com a possibilidade de um acordo de lideranças definir algumas das Propostas de Emenda Constitucional a serem apreciadas entre as 68 que tramitam na Câmara dos Deputados antes do recesso parlamentar, o presidente da FENAJ, Sérgio Murillo de Andrade, voltou a pedir empenho dos apoiadores do movimento em defesa do diploma nos estados no sentido de sensibilização dos líderes partidários. “É fundamental que façamos este contato pelas bases para que a Comissão Especial comece seus trabalhos o quanto antes”, sustenta, lembrando que em ano eleitoral o ritmo de funcionamento do parlamento brasileiro sofre alterações.

Em Pernambuco, o presidente do Sindicato dos Jornalistas, Ayrton Maciel, manteve contato com os d eputados (os dois pernambucanos que ocupam cargos de liderança, atualmente) Fernando Ferro - líder do PT - e André de Paula (DEM), líder da bancada de oposição na Câmara Federal. Ambos se prontificaram em pedir às suas bancadas que indiquem os nomes para a Comissão Especial que analisará a PEC 386/09, a PEC do Diploma. "A expectativa da FENAJ é a de que a PEC na Câmara possa ser votada no plenário até o final de maio. Expectativa de agilidade que também temos em relação à PEC no Senado. Por isso é importante a mobilização. Além disso, ela pode impedir que haja precipitação de alguma entidade, em algum estado, quanto a alguma medida que fragilize a nossa luta", destacou Maciel.

* Fonte: site FENAJ. Com informações dos Sindicatos dos Jornalistas do RS e de PE.



Chico Leitoa mostra seus sete fôlegos na Justiça

Há um suspende em elevação sobre a posse do suplente Luiz Pedro (ex-PDT, hoje no PTC) marcada para a segunda-feira. Com a liminar concedida pelo ministro Ricardo Lewandowsky, do Tribunal Superior Eleitoral, o não mais deputado Chico Leitoa (PDT) tende a retornar à sua vaga completando finalmente o quadro da Assembleia Legislativa, hoje com apenas 41 membros.

A decisão monocrática do ministro se deu na noite de quinta-feira,18. A liminar tem objetivo de hora em diante reparar os danos causados a Leitoa, turbado de seu mandato por decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão com referendo da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa.

A comunicação ao TRE-MA pode acontecer a qualquer hora, já que é feita entre secretárias judiciárias da Corte Superior e Justiça Eleitoral no Estado. Ocorre que o presidente do TRE-MA, desembargador Raimundo Freire Cutrim, assim como o corregedor eleitoral, José Joaquim Figueiredo dos Anjos, estão ausentes do Estado. Nesse caso quem deveria responder interinamente é o juiz federal Magno Linhares, que também está em viagem fora do Maranhão. Responde então pela presidência a juíza de direito Márcia Cristina Coêlho Chaves.

Relatora do processo, a juíza vem ser concunhada do advogado do suplente Luiz Pedro, Antonio Joaquim Lula Ferreira, o Taquinho. Quando ainda deputado, na tribuna do Assembleia Chico Leitoa insinuou suspeitas sobre o pedido de ordem da relatora que anulou o diploma dado pelo próprio TRE-MA ao suplente para assumir a vaga do finado deputado Pedro Veloso.

Na chegada de Jackson Lago, Leitoa não esteve entre os pedetista que foram recepcionar o ex-governador. Mas, Luiz Pedro ainda não empossado no cargo foi tratado como autoridade e compôs a mesa solene.

Lideranças incostestável em Timon e na região dos cocais, Leitoa elegeu o filho Luciano a deputado federal. Com pouco conhecimento sobre o jogo duro na Câmara o mandato único de Leitoa filho foi inócuo. Sem mandato, Leitoa ainda deve trombar com Luiz Pedro nos palanques de Jackson Lago, já que o novo partido do ex-chefe de Gabinete do governo do estado, o PTC, estará imbricado com os pedetistas nas eleições de outubro.


Veja abaixo a sentença do ministro



Mandado de Segurança Nº 52005 ( RICARDO LEWANDOWSKI ) - Decisão Monocrática em 18/03/2010

Origem:
SÃO LUÍS – MA

Resumo:
PROCESSO ADMINISTRATIVO - REGISTRO DE CANDIDATURA - RRC - CANDIDATO - DEPUTADO ESTADUAL - INELEGIBILIDADE - REJEIÇÃO DE CONTAS PÚBLICAS - PEDIDO DE CONCESSÃO DE LIMINAR - PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO A ACÓRDÃO

Decisão:

Trata-se de pedido de reconsideração interposto contra decisão que indeferiu pedido de liminar em mandado de segurança.

O mandamus pretende suspender os efeitos do Acórdão 12.012/2010 do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE/MA) - fl. 367 e seguintes, no qual se decidiu que a apreciação de recomendação do Ministério Público para revogar a diplomação do impetrante deveria ser feita em processo administrativo.

Indeferi o pedido de liminar na decisão de fls. 555-557.

O impetrante protocolou pedido de reconsideração dessa decisão (fls. 1.118-1.121) em 12/3/2010, o qual ratificou em 17/3/2010 (fl. 1.137), data em que a decisão foi publicada no DJE (n. 52, p. 9).

Alega, em síntese, que ¿a situação presente é diversa da que consignada ao tempo da r. decisão que se pretende ver reconsiderada, fazendo merecer, portanto, a sua revisão para se conceder a liminar requestada, posto superado o único obstáculo: a materialização da violação ao direito líquido e certo do impetrante. O impetrante está em vias de ser turbado de seu mandato por força de decisão de mérito tomada pelo eg. TRE/MA, que se reveste de caráter teratológico, no jurídico sentido do termo" (fl. 1.121).

Relata, mais, que o TRE/MA decidiu anular seu diploma e, no dia 10/3/2010, encaminhou ofício para a Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão solicitando providências para o cumprimento da referida decisão.

É o breve relatório.

Passo a decidir.

Observo que o caso em análise é bastante peculiar.

É certo que o impetrante foi eleito suplente de Deputado Estadual em 2006, mas teve seu registro de candidatura indeferido pelo TSE no julgamento do RO 1.265/MA, Rel. Min. Ayres Britto. Posteriormente, quando ainda pendente de julgamento recurso extraordinário no Supremo Tribunal Federal, foi diplomado e assumiu o cargo como titular.

O acórdão atacado (12.012/2010 do TRE/MA) considerou possível a anulação de ofício do diploma do impetrante e determinou a conversão do feito, autuado como petição, em processo administrativo, para viabilizar a apreciação da matéria.

Na apreciação do pedido de medida liminar consignei, num exame perfunctório, que as alegações do impetrante são plausíveis, pois indicam divergência entre o Acórdão 12.012/2010 do TRE/MA e decisões anteriores do citado Regional e desta Corte que consideraram inviável o mesmo pedido (TSE, Pet 2.995/MA e Rcl 635/MA; TRE/MA, Pet 4.374).

Anoto que no julgamento da Pet 4.374, na qual o terceiro suplente pretendia ser nomeado no lugar do segundo suplente - ora impetrante, a própria Corte de origem reconheceu que "o pedido não pode ser conhecido, uma vez que o mérito da questão ainda não transitou em julgado em sede recursal" (fl. 606).

Não obstante, indeferi o pedido de liminar por entender que estava ausente o periculum in mora, uma vez que não ficou demonstrado na inicial que o impetrante estivesse na iminência de perder o cargo.

Contudo, o impetrante anexou à petição de fls. 1.118-1.121 comprovantes de que, no dia 9/3/2010, o TRE/MA anulou seu diploma e determinou a expedição de diploma para o próximo suplente na lista do partido (fls. 1.124-1.129) e comunicou a Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão da decisão no dia 10/3/2010 (fl. 1.123).

Desse modo, é evidente o surgimento de perigo de dano de difícil reparação para o impetrante, dada a iminência de seu afastamento do cargo.

Concluo, portanto, que o caso reveste-se de excepcionalidade apta a ensejar o deferimento de liminar.

Assim, tendo em vista a superveniência de fato novo e a necessária celeridade dos feitos eleitorais, defiro o pedido liminar para manter o impetrante no cargo de Deputado Estadual, até o julgamento de mérito deste writ.

Comunique-se, imediatamente, o Presidente do TRE/MA, para as providências cabíveis.

Requisitem-se as informações de estilo. Após, voltem-me conclusos para apreciação da petição de fls. 1.140-1.149.

Publique-se.
Brasília, 18 de março de 2010.



Ministro RICARDO LEWANDOWSKI

Homenagem à tradição esquecida em São José de Ribamar




Jackson Lago confirma intenção de disputar o governo


O ex-governador do Estado, Jackson Lago (PDT), retornou na tarde de quinta-feira,18, ao Maranhão depois de um longo período em São Paulo onde esteve em tratamento de saúde. Em entrevista coletiva concedida à imprensa, Lago falou sobre sua condição física e reafirmou sua intenção de disputar o governo do Estado pela quarta vez nas eleições de outubro deste ano.

No preâmbulo da entrevista, Jackson Lago adiantou a resposta ao questionamento sobre seu futuro político. Antes, chamou para lhe ladear na mesa sua companheira , doutora Clay Lago, e o ex vice-governador do estado e “companheiro de usurpação”, Pastor Luis Carlos Porto.

“Pra mim é um momento de grande emoção esse reencontro com tantas pessoas que têm dedicado boa parte de suas vidas para melhorar as condições de nosso estado. Tive ausente por um período prolongado, em São Paulo, procurando recompor a saúde, para estar ao lado de cada mulher, de cada homem que deseje retomar a luta pela ética, pela justiça social, pela participação popular. Acho legítimo que outros maranhenses aspirem chegar ao governo do Estado. Também entendo que é meu dever, procurar, se esta for a vontade do meu partido, dos partidos irmãos, do sentimento popular, oferecer meu nome para candidato ao governo. Para isso estamos nos esforçando, para que estejamos à altura política e fisicamente de uma tarefa de tamanha relevância. Fico feliz em estar ao lado do Pastor Porto que desempenhou um papel muito importante, não apenas na campanha, mas como no governo . Essa carinhosa acolhida nos dá alegria, nos dá força”, disse Jackson Lago antes de responder às perguntas dos jornalistas dos veículos de São Luís e de Imperatriz.

Veja a íntegra da entrevista coletiva:

José Van (Band Imperatriz) - O senhor teve noventa por cento do eleitorado em Imperatriz. Na região tocantina, o grupo que está ocupando o poder vem espalhando que o senhor não tem condições de disputar uma eleição, por conta do seu estado de saúde e de sua situação política.Como o senhor avalia essa boataria?

Jackson Lago - Com relação à questão política, eu tenho meus direitos políticos normais. Posso ser candidato a qualquer função pública. Em relação à saúde, estou me sentindo cada vez melhor. Espero, brevemente, reencontrar aquela brava gente tocantina que me honrou com o título de cidadão de Imperatriz.

Carla Lima (O Estado do Maranhão) – O senhor disse que seu nome está à disposição do seu partido. Quais serão suas próximas ações, seus próximos passos políticos? O senhor vai buscar diálogo com outras lideranças políticas do Estado?

Jackson Lago – Estou chegando, depois de um longo período em tratamento de saúde. Agora vou retomar os contatos, que são comuns ao longo da nossa vida, com os setores democráticos do Estado. Vamos ouvir os sentimentos das lideranças de diversos partidos e diversas organizações, e, recolhendo essas opiniões, iremos naturalmente fortalecendo a nossa convicção, para cumprir meu dever de oferecer meu nome à população do estado, para que ela se pronuncie sobre a violência, a usurpação do mandato, não do Jackson Lago, mas de mais de um milhão de eleitores.

Henrique Bóis (Central de Notícias) – O senhor teve um encontro com o presidente nacional do PSDB na semana passada, em Brasília. Há alguma possibilidade do senhor participar de um palanque com o PSDB  no Estado?

Jackson Lago – Semana passada fui convidado por um amigo comum em Brasília para ir jantar com o presidente nacional do PSDB, o senador pernambucano Sérgio Guerra. Achei que foi uma coisa normal. De qualquer forma, sou vice-presidente nacional do meu partido. São dois políticos que se encontraram. Trocamos opiniões e vamos avaliar este quadro.

John Cutrim (Jornal Pequeno) – O senhor se acha em condições de vencer a governadora Roseana Sarney nas eleições de outubro deste ano?

Jackson Lago – Sou militante desde a juventude. Nós entendemos que diante da fortaleza, pelo sentimento da população, acontecerá este ano a mesma coisa que aconteceu em 2006: uma vitória popular.

Eduardo Ericeira (TV Difusora) – Não sei se seria ousadia de minha parte, mas, doutor Jackson Lago, qual é mesmo o seu problema de saúde? Alguns nomes já foram lançados como pré-candidatos ao governo, o senhor acha que está atrasado no processo?

Jackson Lago – Na realidade, desde que sai do governo do Estado, ou desde que fui tirado do governo, tenho ido a São Paulo com alguma frequência. Desta vez me demorei um pouco mais, porque acho que é meu dever procurar rigidez física, capaz de atender às aspirações de tanta gente. Creio que minha saúde vai bem melhor. Tenho, como muita gente nesse país, problema de próstata e de coronária e que venho controlando há muitos anos. Em 96 operei pela primeira vez a próstata. E, de lá para cá, venho cuidando. Deus tem me dado a vida longa.
Quem está na luta há 40 anos como nós, quer nos partidos políticos, quer nos movimentos sociais, não está atrasado. Fui candidato ao governo do Estado em momento muito difíceis, como em 94. Fui candidato em 2002 e agora em 2006. Então, venho de longe. Julgo que comecei cedo. Cumpri o meu dever de militância desde a minha juventude.

Ricardo Santos (Jornal Pequeno) –A governadora Roseana diz que o senhor abandonou o projeto de águas perenes da Baixada. O que há de verdade em relação a essa obra e outras que ela acusa o senhor de tê-las abandonado?

Jackson Lago - Esse projeto de águas perenes da Baixada é um estudo antigo, do antigo DNOCS, da década de oitenta, que foi abandonado. No meu governo chamamos os técnicos e fomos avalizar o projeto. E, como o que caracterizava o nosso governo era a participação popular, reunimos as lideranças da Baixada e fizemos convênios com as associações das prefeituras. E repassamos inicialmente, me parece, R$ 46 milhões para a primeira etapa do projeto. Aquilo é um projeto de pouco mais de R$ 100 milhões, mas que será a redenção econômica da Baixada. E ele vai acontecer. Esse projeto, nós voltando ao governo, tem que acontecer, de maneira descentralizada com os municípios participando. Como fiz.
Da mesma forma como vamos fazer outros socorrões no interior. Eu, quando sai do governo, deixei o dinheiro depositado na prefeitura de Pinheiro para fazer um hospital. O socorrão de Presidente Dutra foi feito pela prefeitura municipal, com o dinheiro do governo e nosso apoio técnico. É assim que queremos. É assim que nós entendemos a democracia. A governadora fez a mesma coisa com o projeto águas perenes: tomou o dinheiro da associação dos prefeitos; como fez com o Hospital de Pinheiros; Socorrão de Imperatriz, hospital com 240 leitos, e em outras prefeituras. Esse centralismo é que nós combatemos. Temos que ter um governo participativo, descentralizado. Em nome dessa democracia e que lutamos a vida inteira.

Agenor Barbosa (O Imparcial) – Até que ponto o senhor reconhece equívocos em seu governo, e, no seu entendimento, eles poderiam ser evitados?

Jackson Lago – Há equívocos em todas as atividades humanas. Negá-las é incorreto. Os equívocos são para serem corrigidos.

César Belo (Rádio Capital) – Com sua ausência, o Estado cresceu como rabo de cavalo (pra baixo); a governadora Roseana repete as mesmas frases de cooptação e o velho arremedo fisiológico, patrimonialista, que ao longo dos anos os acompanhou vem acontecendo. Ela vem de maneira franca e aberta participando das negociações com o PT. Como o senhor avalia essa situação?

Jackson Lago – Acho que o Partido dos Trabalhadores tem sido um companheiro importante, aguerrido e sempre da linha de frente de todas as lutas e dos movimentos sociais do nosso Estado. Temos sido companheiros. Temos os mesmos objetivos e desejamos que o PT permaneça fiel a essa luta pela libertação do Maranhão.

Carla Lima (O Estado do Maranhão) - As duas teses a serem debatidas pelo PT de qualquer maneira não incluem o seu nome na disputa pelo governo. No caso do PT não aprovar a tese de coligação com o PCdoB, o senhor chamará os comunistas para compor uma aliança, assim como outros partidos de esquerda?

Jackson Lago – Nós acreditamos que na vida as coisas são naturais. E, nada mais natural do que haver o reencontro das forças progressistas, de esquerda.

José Van (Band Imperatriz) – O senhor elegeu 150 prefeitos nas eleições de 2008 e tinha a maior bancada na Assembleia Legislativa. O senhor se sente traído pelos prefeitos e deputados que hoje estão com Roseana?

Jackson Lago – Nós temos que olhar realisticamente a política do Estado. Um estado que ficou quarenta anos sem alternância de poder, acho que dificilmente possa ter a classe política dos nossos sonhos. Na eleição de 94, quando fui candidato ao governo pela primeira vez, tive o apoio de dois prefeitos. Na de 2002, tive de meia dúzia e 48% dos votos. Então acreditamos que vamos ter apoio de mais de meia dúzia. Mas, forte mesmo é o apoio do povo.

John Cutrim (Jornal Pequeno) – Seu partido, o PDT, é da base de apoio da candidata Dilma Rousseff, do PT. Como serão trabalhadas as candidaturas no Maranhão? O PDT apoiará a candidata que tem no Maranhão o apoio do seu principal adversário, o senador José Sarney (PMDB-AP), ou o senhor vai apoiar o Serra?

Jackson Lago – Nós estamos analisando os fatos. Há Estados que têm a suas características. O Maranhão é um estado sui generis, porque não conseguiu a alternância de poder, mesmo depois do final da ditadura militar. Ficamos por 40 anos sem alternância de poder. Então, temos aqui uma política muito dirigida aos interesses do Estado que já foi grande produtor, que era exportador de arroz para dezenas de Estados do nosso país e que hoje é um importador e exportador de gente. Aqui nós vamos fazer aquilo que for importante para a libertação do Maranhão.

Agenor Barbosa (O Imparcial) – Setores da oposição defendem um nome único para disputar o segundo turno. Essa é uma das propostas que tem sido discutida nos bastidores. O senhor abdicaria de uma candidatura para acompanhar um nome único da oposição?

Jackson Lago – Sempre disse desde a eleição passada que o ideal é fazermos um plebiscito no segundo turno. Então, é fazer tanto no segundo turno como no primeiro. Mas, também entendo, que é legítima as aspiração de qualquer maranhense de dirigir seu estado. Creio que se quiserem evoluir para uma candidatura única, aquele que tiver o maior respaldo popular e histórico compromisso com a cidade, terá nosso apoio.

Henrique Bóis (Central de Notícias) – Seus adversários diariamente envolvem pessoas que participaram da sua administração em escândalos de corrupção. Como o senhor avalia essas denúncias e como trabalhará com elas durante sua campanha?

Jackson Lago – Olha, todos os dias o jornal O Estado do Maranhão, da família Sarney, diz que Jackson desviou. Isso eu vi na última manchete que li, que eram setecentos e tantos milhões. Tem coisa que eles não têm mais nenhuma inibição em fazer. Eles dizem: não, ele não fez a ponte sobre o Tocantins. Mas, a ponte está lá, inaugurada por nós. Depois ela fez o acesso a ponte e tentou inaugurar. Estamos acostumados a essas calúnias e difamações. Quando sai da prefeitura (de São Luís) pela primeira vez, eles colocavam nos jornais, televisões e rádios que eu era o comandante do narcotráfico internacional. E não acontece nada com eles. Vocês viram agora, denunciaram esse ambiente de podridão no Senado e vai, vai, vai, mas eles têm vida longa. Sabem se agarrar. Estou acostumado a conviver com essas calúnias. Tenho uma vida limpa. Não construí nenhum patrimônio ao longo de minha vida pública. A única coisa que eu tenho é um apartamento onde moro. Essas coisas não pegam.

César Belo (Rádio Capital)-O Maranhão vive hoje uma situação preocupante. Na segurança se assiste a esse pavor, na educação outras barbaridades.Várias secretarias do governo do Estado estão desgovernadas. Contam até que seu avião atrasou porque uma passageira passou mal, mas preferiu voltar a desembarcar e buscar atendimento médico em São Luís. Como o senhor observa isso e qual sua proposta ainda durante a campanha para exorcizar esse governo ilegítimo?

Jackson Lago - Nós acreditamos que o governo tem que ser participativo. Se olharmos o que foi a secretaria de saúde do Estado em dois anos de governo, procurando conviver com todos os municípios, obedecendo rigorosamente a política do Sistema Único de Saúde, e com um programa de fazer cinco socorrões no interior em posições estratégicas para diminuir a pressão sobre os socorrões de São Luís e em Teresina, Tocantins e Belém. Deixamos o primeiro funcionando em Presidente Dutra. Deixamos o dinheiro depositado para fazer o de Pinheiro e de Imperatriz.Seriam três. Nos últimos dois anos de governo faríamos o do médio mearim e o de Balsas, no sul do Estado. Então esses cinco socorrões com serviço de urgência funcionando nós iríamos deixar de ter essa procissão de ambulâncias que faz o tormento e o sofrimento do nosso povo.
Se olharmos bem a questão da segurança, o que aconteceu? Houve uma proposta de implantação de uma política de segurança. Uma política de segurança com a participação popular. Como foi maravilhoso quando ia assistir a criação daqueles centros e olhar as lideranças dos bairros que estavam lá, com os delegados trabalhando integrados com os setores institucionais de segurança do estado. Todo mundo está vendo agora que os bairros do Rio de Janeiro estão querendo aqueles sistemas implantados em alguns deles, que é da convivência da instituição segurança com a população. É isso que estávamos fazendo aqui. Eles voltaram com aquele velho método de pensar que a cara feia e zangada do secretário resolve o problema da violência. Não resolve.

Manchetes dos jornais

AQUI –Você conhece este homem?
CORREIO DE NOTÍCIAS – Jackson confirma candidatura
DIÁRIO DA MANHÃ – Governo corta R$ 21,8 bilhões do orçamento
GAZETA DA ILHA – Todo dia morre um no Maranhão
JORNAL EXTRA – Mototaxistas é morto com dez facadas
JORNAL PEQUENO – Jackson confirma intenção de disputar o governo
O ESTADO DO MARANHÃO –Mais uma gestante morre com gripe A
O QUARTO PODER – Duas traficantres presas no Maranhão
TRIBUNA DO NORDESTE – Jackson chega e anuncia que disputará a eleição