8 de mar. de 2010

Cuidado:frágil

* de Lúcia Santos


me trate como eu mereço

me farte sem que eu peça

me afague pra que eu cresça

me guarde louça

pra que eu não quebre

* poema do livro "Batom Vermelho", Prêmio Sousândrade do XXIII Concurso Literário e Artístico "Cidade de São Luís" - 1997

Mulheres do MST enfatizam luta contra violência no campo no Dia Internacional da Mulher

* Há 100 anos, Clara Zetkin, dirigente do Partido Social Democrata Alemão, viu aprovada sua proposta de instaurar o 8 de março como Dia Internacional das Mulheres. Essa referência histórica, por si só, já seria suficiente para demarcar a data com seu sentido principal: a luta. Foi nesse caminho que as mulheres foram para as ruas em todas as partes do mundo, inúmeras vezes: pelo direito ao voto, a salários iguais, para denunciar a violência cotidiana a que são submetidas, desde a humilhação doméstica à mais brutal violência física.

     Em um país com uma das piores desigualdades sociais do mundo, com concentração de terra, renda e poder não mãos de uma elite, marcado profundamente pelo latifúndio e pela exploração imperialista, os impactos recaem fortemente sobre as mulheres. De acordo com uma pesquisa da UFRJ, 80% do total de pessoas sem acesso à renda no Brasil são mulheres. E são elas majoritariamente que são submetidas a jornadas duplas ou triplas de trabalho, encarado muitas vezes como “ajuda” e sem remuneração.

     No campo, essa realidade fica ainda mais marcante. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), somente 1% das propriedades rurais do mundo estão em nome de mulheres. E na Reforma Agrária também o índice é baixo: menos de 15% das terras são registradas em nome de mulheres. Cerca de 6,5 milhões de agricultoras são analfabetas. O modelo de produção priorizado pelo Estado brasileiro – revelado com detalhes pelo último Censo Agropecuário – faz com que existam 15 milhões de sem-terra no país. Destes, no mínimo, 50% são mulheres. Por trás do grande número de pessoas sem acesso à terra, um dado do Censo expressa a contradição: apenas 1% dos proprietários de terras no Brasil detém 46% do território agricultável.

     O agronegócio – que recebe a maior parte dos investimentos públicos para a produção – acumula mais um vergonhoso título para o Brasil. Depois de ser o principal consumidor de agrotóxicos, é agora o segundo país do mundo em área cultivada de transgênicos. Enquanto os países desenvolvidos seguem o caminho inverso, preocupando-se com a qualidade da alimentação, nossa população precisa se envenenar para garantir os lucros das transnacionais. Isso porque tentaram convencer o mundo que os transgênicos acabariam com a necessidade de pesticidas. Então como entender essa imensa quantidade de venenos para manter a produção transgênica? O Censo demonstrou que quase 80% dos proprietários rurais usam agrotóxico, muito mais do que o necessário. O imenso volume de herbicidas aplicados no Brasil contamina os solos, os mananciais e até mesmo o aqüífero Guarani. A contaminação chega até nós pela água que bebemos e pelos produtos agrícolas irrigados com a água contaminada.

     Não faltam dados que comprovam os malefícios sobre a saúde humana dos agrotóxicos e dos transgênicos, muitas vezes sobre a mulher, como a contaminação do leite materno e impactos na fertilidade. Mas nada disso é motivo para o perverso modelo do agronegócio deixar de seguir seu rumo.

     E por isso as mulheres camponesas se mobilizam, enfrentam a opressão e a exploração. Não aceitamos o silêncio. Todos os anos, assumimos a responsabilidade histórica legada pelas socialistas. Neste ano, nos organizamos na Jornada de Luta contra o Agronegócio e contra a Violência: por Reforma Agrária e Soberania Alimentar. Vamos para as ruas em todo o país colocar para a sociedade nosso projeto, nossa alternativa pela saúde, pela autonomia, pela igualdade, pelo fim da exploração. Nos somamos com as mulheres das cidades, que também travam há décadas lutas fundamentais para toda a sociedade brasileira. Sabemos que é este o único caminho possível para conquistar nossos direitos.

* Texto publicado pelo Letra Viva MST

Presidente do CNJ instala Casas de Justiça e Cidadania no Estado

     O presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Gilmar Mendes (foto), estará nesta segunda-feira, 8, em São Luís (MA) para assinatura de acordos de cooperação com os governos estaduais e municipais e também com os tribunais de Justiça dos estados, no âmbito do programa “Começar de Novo”. Também serão firmados termos de cooperação para instalação de Casas de Justiça e Cidadania no estado.

     A assinatura dos acordos no âmbito dos dois programas em São Luís será às 17h30, serão, no Jacarati Shopping - Av. Euclides Figueiredo, 3000 - Subsolo - Unidade Viva Cidadão.

     Coordenado pelo CNJ, o programa “Começar de Novo” tem como principal objetivo conscientizar a sociedade e os órgãos públicos da necessidade de reinserção social de presos, egressos do sistema carcerário e adolescentes em conflito com a lei, por meio da oferta de vagas no mercado de trabalho. Os termos que serão assinados com os governos estaduais e municipais estabelecem a obrigação de que as empresas prestadoras de serviços e de obras que vencerem licitações abertas pelas administrações regionais reservem vagas para detentos e ex-detentos.

     Já o programa Casas de Justiça e Cidadania, criado pelo CNJ em dezembro de 2008, visa à implantação, em um mesmo espaço físico, de uma rede integrada de serviços gratuitos destinada a promover cidadania e disseminar práticas institucionais voltadas à promoção e proteção de direitos fundamentais e acesso à cultura e à justiça. As Casas de Justiça e Cidadania já estão implantadas em Boa Vista (RR), Belém (PA), Macapá (AP), Florianópolis (SC), Teresina (PI) e Montes Claros (MG).

No Painel da Folha - Sarney quer influir no STF e Coisa de louco

Entrou... José Sarney (PMDB-AP) vem tentando influir na escolha do próximo ministro do Supremo Tribunal Federal, a ser indicado com a aposentadoria de Eros Grau, ainda neste semestre.


...areia. Ministros do STF acreditam que o esforço do presidente do Senado deverá ser prejudicado pela descoberta, revelada ontem pela Folha, de movimentação financeira de seu filho Fernando no exterior não declarada à Receita Federal.

Contraponto


Coisa de louco

     Em audiência pública sobre as resoluções para o pleito deste ano, aprovadas na noite de terça-feira passada pelo TSE, o deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) pediu a palavra para criticar a proposta de mexer no número de cadeiras da Câmara e das Assembleias Legislativas:
-Tenho dificuldade com esse assunto, já que não sou jurista, e sim psiquiatra- desculpou-se.
Em seguida, ele leu artigo da Constituição segundo o qual tal mudança não pode ser feita em anos eleitorais.
-Não entendo como alguém possa dar outra interpretação ao que está escrito aqui- afirmou Castro.
Flávio Dino (PC do B-MA) brincou:
- Só mesmo sendo doido, o que é a sua especialidade!

Manchetes dos jornais

AQUI-MA – Ladrões azarados- Crime por encomenda?

JORNAL PEQUENO – Governo acha dinheiro de filho de Sarney no exterior

O ESTADO DO MARANHÃO – Começa a vacinação contra Gripe A

O IMPARCIAL – Suspeita de fraude anula etapa de exame da OAB