1 de mai. de 2011

Manchetes dos jornais

Maranhão
O ESTADO DO MARANHÃO - Nova resolução da Assembleia poderá criar 83 municípios
Nacional
CORREIO BRASILIENSE:Um santo pra chamar de seu
FOLHA DE SÃO PAULO:Pico da inflação vai coincidir com disputa salarias
O ESTADO DE MINAS:De olho no oriente
O GLOBO:Programa de segurança de Dilma não sai do papel
ZERO HORA: Por que o clima está mais severo no RS
Regional
DIÁRIO DO PARÁ:Interior é alvo fácio para bandos
MEIO-NORTE:Começa a 7ª edição do Prêmio de inclusão
O POVO:As 10 profissões do futuro

Melhor seria se não começasse

Ferreira Gullar
ESTOU COMEÇANDO a ficar grilado com os inícios de ano. Até recentemente, não me preocupava com isso. Cheguei mesmo a escrever um poema em que dizia não ver, nas estrelas do céu nem nas coisas do chão, qualquer sinal de que um ano novo começa. E concluía: "Começa como a esperança de vida melhor / que entre os astros não se escuta nem se vê / nem pode haver: / que isso é coisa de homem / esse bicho estelar / que sonha e luta". Coisa de poeta, porque, na verdade, como vim a perceber depois, todos os anos, passado o Réveillon e o Carnaval, começam brabos: é IPTU, é IPVA, é declaração de Imposto de Renda, é aumento de mensalidade do plano de saúde e o mais que nem se espera!
    Este ano, além de tudo o mais, decidiram atormentar-me com o plano de saúde conhecido por Geap. Uma tortura! Por isso, embora ainda estejamos em abril, penso que, findo este, outro ano começará -e entro em pânico. Vou ter que enfrentar tudo isso de novo?
    Vejam como as coisas mudam para pior. Antigamente, ao ver terminar o ano, enchia-me de otimismo. E não só eu, tanto que desde que me entendo, ouço dizerem: "Ano novo, vida nova". Pode até ser, mas, antes de começar a vida nova, caem-me na cabeça as mesmas velhas aporrinhações.
    Devo admitir que os problemas se tornam piores por culpa minha. Não sou um bom exemplo de organização, além do mais, confio na lógica, uma lógica que seria favorável a pessoas como eu, não muito afeitas à burocracia.
    E assim é que, de repente, recebo uma intimação da Receita Federal para ir lá comprovar o que declarei no Imposto de Renda. Os carnês do plano de saúde estão no envelope, não tenho que me preocupar, mas há duas outras exigências, relativas a dependentes, cujos documentos sumiram. Depois de buscá-los, inutilmente, no envelope onde guardei a declaração, decidi procurá-los em outros envelopes, depois em outras gavetas, depois pela casa inteira. Nada. Estou frito, concluí.
    Bem, esse problema está em aberto, espero que não me metam no xadrez. Minha sorte é que conto com a boa vontade das pessoas que me atendem. Não obstante, o estresse me domina.
E me domina porque, como se não bastasse, sumiu também o boleto do IPTU da garagem (como meu edifício não tem garagem, comprei uma vaga na garagem mecânica, aqui perto). E o boleto sumiu. Dano-me a procurá-lo, resmungando, por todas as gavetas. Pergunto à faxineira, que me olha espantada. IPTU? Que diabo é isso?
    Deito-me no sofá para relaxar. E eu recebi mesmo esse boleto? Vou até a garagem: o boleto estava lá, à minha espera. Coisa que só acontece no começo do ano, quando nos cobram IPTUs, IPVAs... IPVA?! Acho que não paguei o IPVA do carro! A placa termina em zero, vai ver que o prazo já venceu! Se venceu, como vou fazer a vistoria? E, sem vistoria, não vou poder andar com o carro. Era só o que me faltava!
Telefono para o Detran e recebo uma boa notícia: o prazo foi ampliado, posso ir ao banco e pagar o IPVA. Aliviado, dirijo-me à agência bancária mais próxima e pago o IPVA no caixa eletrônico, que emite um recibo. Bem, agora é só marcar a vistoria.
    Ligo para o Detran, dou o número da placa e do Renavam. "O IPVA de 2011 não está pago, meu senhor." Como não está pago, se acabo de pagá-lo e tenho comigo o recibo? O funcionário me aconselha a ligar para a Receita Estadual, mas, após 50 inúteis tentativas, decido ir ao banco e descubro que o valor do IPVA não foi abatido em minha conta, ou seja, o caixa eletrônico me enganou: fez que pagou e não pagou.
    Como estão vendo, em começo de ano, comigo acontece de tudo. Fui ao guichê, paguei, peguei o recibo mas continuei receoso; mas, no dia seguinte, pude marcar a vistoria. Aquela noite, dormi em paz. Mas foi só aquela noite, porque, no dia seguinte, chegou a carta do Geap, convocando-me a comprovar tudo o que já está lá comprovado há 30 anos. Fui e me deparei com uma fila sem fim. Deram a senha de número 898... E, como se não bastasse, leio nos jornais que a polícia apreendeu a carteira de motorista de Aécio Neves, por estar vencida. E a minha? Vou ver: venceria em três dias!
    Não haveria um jeito de, daqui para a frente, nenhum outro ano começar?
Da Folha de S. Paulo

Bebês (para quem curte)

“Bebês”: um gracioso documentário sobre quatro crianças de culturas completamente diferentes
Domitila Becker
    Quatro países, quatro crianças, quatro câmeras, 365 dias. Foi assim que diretor francês Thomas Balmès montou o documentário “Bebês“, em cartaz no Brasil desde 15 de abril.
A história acompanha a evolução e as descobertas, do nascimento aos primeiros passos, de Ponijao, um bebê de uma tribo na Namíbia; Bayarjargal, que vive numa tenda na Mongólia; Mari, que mora num arranha-céu de Tóquio; e Hattie, filha de um casal moderno e culto de San Francisco, nos Estados Unidos.
    As experiências captadas pelas lentes de Balmès mostram contrastes inevitáveis entre culturas tão diferentes. Enquanto Hattie, por exemplo, se alimenta por meio de uma mamadeira, cujo leite sua mãe extrai todos os dias de si própria com uma bomba de sucção, Ponijao serve-se do leite de todas as mães de sua tribo, que se revezam no cuidado aos bebês. Mas o que impressiona no documentário, além dos encantadores protagonistas, são os acontecimentos naturais e universais dos primeiros meses de vida de todo ser humano.
    O filme dura uma hora e meia e quase não possui falas. Portanto, quem não se derrete com crianças, pode não ter paciência para ir até o fim. Confira o trailer abaixo e decida por si próprio:
Da Coluna do Ricardo Setti
VEJA O TRAILLER: