26 de fev. de 2011

Presidente do PT/MA acusado de desvio de verbas do Incra

Raimundo Garrone
    O presidente do PT no Maranhão, Raimundo Monteiro, foi acusado [ontem] pela Polícia Federal de comandar um esquema de desvio de verbas no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
    Monteiro foi superintendente do órgão entre 2004 e 2005, quando deixou o cargo por conta das investigações iniciadas pela PF. Segundo ele, o afastamento aconteceu a seu pedido.
    De acordo com o superintendente da PF no Maranhão, Fernando Segóvia, o presidente do PT-MA, o atual superintendente do Incra, Benedito Terceiro, e o delegado agrário Rubem Sérgio dos Santos eram os cérebros do esquema.
    As investigações duraram cinco anos, quando o Incra disponibilizou quase R$ 500 milhões para o Maranhão em contratos que previam a construção e reforma de casas em assentamentos rurais.
    Vinte e cinco assentamentos foram vistoriados no estado, e foram descobertos indícios de desvio de R$ 4 milhões. No município de Santa Luzia, nenhuma das 300 casas previstas foram construídas e em outros as casas estão inacabadas e com material de baixíssimo custo.
    Um líder comunitário do assentamento Flechal, na cidade de Santa Luzia, chegou a ser morto ano passado porque procurou a polícia para denunciar que as casas não vinham sendo construídas. Na época, ele estava sendo obrigado por empreiteiros e técnicos do Incra a assinar notas fiscais atestando que as casas estavam prontas.
De O Globo

Manchetes dos jornais

ATOS & ATOS - Professores iniciam greve e esperam ação de Roseana
JORNAL EXTRA - Professores em greve geral
JORNAL PEQUENO - Polícia Federal pede prisão do presidente do PT no Maranhão
O ESTADO DO MARANHÃO - CNMP vai apurar se houve omissão em obra do Ministério Público
O IMPARCIAL - Polícia Federal pede prisão de Raimundo Monteiro e Benedito Terceiro
TRIBUNA DO NORDESTE -Inraero nunca cogitou fechar aeroporto de São Luís

NO PAÍS
CORREIO BRAZILIENSE - Cortes atingem concursos de 2011 e moradia
FOLHA DE S. PAULO - Funcionário do Estado negocia dados sigilosos
JORNAL DO BRASIL - Dilma suspende concursos e reajustes
O GLOBO - Os cortes de Dilma - Habitação popular perde quase metade das verbas
O ESTADO DE MINAS - Serpentina fatal
O ESTADO DE S. PAULO - EUA ameaçam usar a força e dizem que Kadafi deve sair já
VALOR ECNÔMICO - BTG terá R$ 2,5 bi em crédito fiscal do PanAmericano
ZERO HORA - Governo federal suspende concursos até o final do ano
DIÁRIO DO PARÁ - Recém nascido é achado em Matagal
JORNAL DO COMMERCIO - Dilma suspende concursos e reajustes
MEIO-NORTE - "Minha Casa, Minha Vida" perde R$ 5,1 bilhões
O POVO - Dilma suspende concursos federais em 2011

25 de fev. de 2011

A musa do hit do verão: ‘Minha mulher não deixa não’

Rosivane, a musa de Reginho
“Quando os amigos o convidam para beber, eu sempre falo ‘Não vai não. Só se eu for junto’”. Essa constante proibição feminina levou o cantor Reginaldo Alves da Silva, o Reginho, de 39 anos, a compor o maior sucesso do verão: "Minha mulher não deixa não". Mas, afinal, quem é a musa geniosa que inspirou o hit da estação? Ela atende por Rosivane Maria do Nascimento, de 31 anos, namorada do músico há mais de três e autora da declaração acima. Os dois moram juntos na cidade de Abreu e Lima, região metropolitana de Recife.
    Ciumenta assumida, a mulher "que não deixa não" foi a primeira pessoa a escutar a canção-chiclete. Mas, apesar da música ser uma crítica a sua postura controladora, Rosivane diz que achou graça.
    — Tomei um susto quando ele cantou para mim. Mas depois achei engraçado, combina comigo. Sou muito possessiva — admite.
    O casal se conheceu na escola dos filhos: ambos eram divorciados. Reginho tem três filhas, e ela é mãe de dois meninos.
    — Nossos filhos eram da mesma turma, a gente sempre se via no colégio. Até que começamos a namorar. Ele é um excelente pai e marido — derrete-se Rosivane.
    Desde que a música estourou pelo Brasil — já foi cantada por nomes como Ivete Sangalo, Alexandre Pires, Aviões do Forró, Molejo e Parangolé e foi escolhida como trilha sonora da campanha do Ministério da Saúde em prol do uso da camisinha — o casal têm aturado muitas brincadeiras dos amigos.
    — Eles sempre falam para Reginho "Quando você vai deixar de ser pau-mandado da mulher?" Mas a gente nem liga. O importante é que ele faça sucesso.
    O músico, no entanto, admite que a canção não foi baseada somente em Rosivane, mas retrata também o relacionamento de um amigo próximo.
    — Tenho um amigo DJ que é totalmente dominado pela mulher. Mas claro que a música tem muito de Rosivane. Ela também é controladora — diverte-se Reginho.as no quesito ciúme o compositor não fica atrás. A dona de casa diz que Reginho implica todas as vezes que ela tenta arranjar emprego:
     — Quando eu quis trabalhar, ele não deixou, disse que eu não podia largar a nossa casa. Mas não desisto. Quero fazer um curso de soldador elétrico, que era a profissão do meu pai. Sei que o Reginho não vai gostar, porque é uma carreira predominantemente masculina, mas acho que é uma profissão muito bonita.
Do Extra

Na agulha: Maria Bethânia na opinião de João do Vale

Monteiro emaranha o vice-governador Washington Oliveira nas trapaças do INCRA

Washington Oliveira, Roseana Sarney e Raimundo Monteiro
    Natural de Castelo no Piauí, Raimundo Monteiro dos Santos, presidente do diretório estadual do Partido dos Trabalhadores, servidor público estadual, é ex-superintendente do INCRA. Ele  é um dos envolvidos na organização criminosa que desviou R$ 4 milhões dos recursos destinados à construção de casas em assentamentos no Maranhão, desbaratada pela Operação Donatários.
    Aliado do vice-governador do estado, Washington Oliveira (PT), Monteiro foi um dos defensores da repetição da aliança  entre seu partido e o PMDB de Roseana Sarney. Mesmo que esse se desse por uma intervenção escandalosa. Na eleição de 2010 Monteiro concorreu a uma vaga na Câmara Federal. Delcarou de limites de gastos em campanha no valor de R$ 3 milhões. Posou sorridente com Roseana, mas não foi eleito.
    A fumaça em torno do ex-superintendente do INCRA se adensou a ponto de ejetá-lo do cargo, em 2007. Durante sua gestão como superintendente, Monteiro foi assessorado diretamante por Washington Oliveira. Este despachava diuturnamente no órgão federal até a substituição do companheiro pelo indicado do senador Epitácio Cafeteira (PTB), o ex-deputado Benedito Terceiro. Blindado por um habeas corpus, Monteiro não deve ser preso, mas deixa um rastro no caminho do seu tutor.
    O nome de Washington Oliveira dificilmente emergirá na Operação Donatário, afinal ele dispõe de aliados poderosos na República. A citação do nome de Monteiro pela Polícia Federal torna o vice petista mais vulnerável. Em torno dele gravitam "suspeitos" de corrupção como Anselmo Raposo, indicado por Oliveira para ocupar a Secretaria de Estado da Educação, e afastado por indícios de desvios, insuado oficialmente pelo governo ao qual serviu e serviu-se.

Operação Donatário prende integrantes de organização criminosa que agia no Incra-MA

SÃO LUÍS/MA - A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) desencadearam nesta sexta-feira (25.02.2011) a "Operação Donatário", planejada para dar cumprimento a 39 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal no Maranhão.
    Os mandados estão sendo cumpridos em seis cidades do Maranhão (São Luis, São José de Ribamar, Turiaçu, Pindaré-Mirim, Santa Luzia e Buriticupu) por 160 policiais federais e 15 analistas da CGU, recrutados do Maranhão, Ceará, Pará, Piauí, Tocantins e Distrito Federal.
    A investigação tem âmbito estadual e visa coibir a ação de quadrilha envolvida no desvio de recursos públicos federais da modalidade de Crédito Instalação, liberados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) para construção de casa em projetos de assentamentos (PA) em favor de beneficiários do Programa Nacional de Reforma Agrária.
    Constam do inquérito, por exemplo, 535 fotografias de casas inacabadas, não construídas ou construídas com material de baixíssimo custo (taipa) apesar da liberação de recursos pelo INCRA para conclusão dos imóveis.
    Após serem realizadas diligências em 16 assentamentos nos municípios de Arame, Morros, Icatu, Santa Helena, Turiaçu, Santa Luzia, Centro Novo e Barrerinhas, foi identificada a participação no esquema de pelo menos 55 pessoas, entre as quais: servidores e ex-servidores do INCRA, do Instituto de Colonização e Terra do Maranhão (ITERMA), um policial civil (atualmente delegado agrário), construtores, lobistas e presidentes de associações e cooperativas de assentados.
    Os integrantes da organização criminosa são investigados pelos crimes dos arts. 288 (quadrilha ou bando), 312 (peculato), 317 (corrupção passiva), 333 (concussão), do Código Penal.
    O nome da OPERAÇÃO DONATÁRIO é uma referência ao título que, na organização colonial portuguesa, era dado à pessoa a quem era concedida a donataria de um território ou capitania, o qual, agindo por delegação do rei, administrava-o, buscando sua colonização e o aproveitamento dos seus recursos.

Conselho Nacional do Ministério Público vistoria obra do prédio das promotorias na segunda

    A presidente da Associação do Ministério Público do Estado do Maranhão (AMPEM), Doracy Moreira Reis, informou através de sua assessproa que a diretoria da entidade dará total apoio à diligência que o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) fará no prédio das promotorias de justiça de São Luís no dia 28de fevereiro.
    A diligência do Conselho atende à Representação nº 1142/2009 de autoria de quatro promotores de justiça da capital, que alegam no documento inércia por parte da Procuradora-Geral de Justiça “frente a denúncias de irregularidades flagrante na prestação de serviços da empresa contratada para obras de reforma no prédio sede das Promotorias de Justiça da Capital”.

Presidente do Geia ignora trabalho de ilustrador com a colaboração de imortal



 
 O genro do senador José Sarney (PMDB-AP) e presidente do Instituto Geia, Jorge Murad, é economista por formação e, consequentemente, voraz devorador de números. Para despistar essa predileção, "Jorginho" (como é tratado entre cupinchas) tem imantado intelectuais, materializando a definição gramsciana (do filosófo Antonio Gramsci), segundo a qual cada classe produz seus próprios pensadores.
     Favorecido pelos patrocínios domésticos, o mais intelectual dos Murad tem dado vazão a seu talento de mecenas em episódios isolados. Destes, o Festival Geia, que ganha a sétima edição realizada em São José de Ribamar este ano, é o mais popular.

    Como fomentador das artes e cultura, "Jorginho" tem pontificado em textos de apresentação da produção do próprio instituto que preside. É o bastante. Porém, como todo mecenas que se preze seus dotes artísticos, mesmo que parcos, são festejados pela classe mantenedora do status quo e alhures.

    Na sua trajetória inoxidável Jorge Murad almejou compartilhar espaço com o bibliófilo José Midlin (1914-2010), dono da Metal Leve, na condição de editor.


    Para lustrar a dita coleção, "Jorginho" cercou-se de pronomiais da literatura maranhense contemporânea. O imortal Sebastião Moreira Duarte figurou na proa. Em ao menos um caso, Jorginho derrapou na acuidade como editor: o livro "O caso Pontes Visgueiro-Um erro judiciário", de Evaristo de Moraes (1871-1939).
    O livro esmiuça à luz da lei o caso de Mariquinhas assassinada pelo desembargador José Cândido de Pontes Visgueiro em agosto de 1873, trespassado de passionalidade e célebre na história da criminologia brasileira, inicia a série de comentários de Moraes. A primeira edição em livro foi publicada pela Editora Ariel, do Rio de Janeiro, em 1934. No entanto, a edição da Maranhão Sempre peca ao sonegar a autoria de todas as ilustrações do livro. Suas assumidas hão de dizer que isso é coisa sem importância, afinal que seria de Duhrer, Caribé e outros tantos se todos fossem iguais a Duarte ou Jorginho?

    Antes do gestar o Geia, para empreender uma carreira de editor, Jorginho contou com o inarredável apoio do Governo do Estado do Maranhão. A coleção Maranhão Sempre, publicada pela paulistana Editora Siciliano (perceba o nome!) em 2002, antes de Roseana Sarney se despedir do segundo mandato como governadora, foi uma aventura nessa direção.