10 de set. de 2010

Livros a mancheia como le gusta no Pará

Luiz Fernando Veríssimo
     Quem teme pelo futuro do livro e lamenta a falta de leitores no Brasil deveria dar um jeito de conhecer a Feira Pan-Amazônica do Livro, em Belém do Pará. Garanto que sairia com as esperanças recauchutadas e nova fé no brasileiro. A feira, que estava na sua 14ª edição quando a visitamos com o Zuenir e a Mary, há dias, não para de crescer e já é uma das principais no continente. Claro que só uma pequena parte daquela multidão estava lá para comprar livros, mas o livro e seus entornos eram a principal atração do evento e a maior parte da multidão era de jovens leitores em potencial. No famoso mercado Ver-o-Peso de Belém vendem poções para fazer crescer cabelo em careca enquanto levantam sua libido e curam sua lerdeza, mas aposto que nenhum líquido engarrafado entusiasmaria mais do que a visão da garotada enchendo todos os espaços da enorme feira, levada pelo livro.
     Na parte externa da feira, que ocupa uma grande estrutura remodelada que foi hangar dos aviões Catalina durante a 2.ª Guerra Mundial, havia shows todas as noites, e não era pouca coisa. Gilberto Gil cantando só xote, xaxado e baião, Lenine, Funk Como le Gusta, Emílio Santiago.
     E por que ninguém tinha me dito que a Luíza Possi não é só filha da Zizi e um rosto bonito mas uma belíssima cantora e música, com uma presença em cena de gente grande? Foi outra poção entusiasmante.
De O Estado de S. Paulo

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