31 de out. de 2010

Lula defende posse de barrados pela Ficha Limpa

Renata Camargo
    Em duras críticas à "falta de clareza" sobre a validade da Lei da Ficha Limpa para estas eleições, o presidente Lula defendeu neste domingo (31) que os candidatos barrados pela Ficha Limpa que receberam votos suficientes para se eleger sejam empossados. "O político sai candidato, é eleito, mas depois não pode assumir. Então, que não deixassem ele ser candidato", protestou Lula ao sair da sessão eleitoral onde votou, em São Bernardo do Campo (SP).
    As críticas à Lei da Ficha Limpa foram feitas durante entrevista coletiva nesta manhã. Em entrevista à imprensa, Lula criticou ainda a tentativa de barrar a posse do deputado federal eleito Francisco Everaldo Oliveira Silva (PR-SP), o Tiririca. O presidente afirmou que "o que estão fazendo com o Tiririca é um desrespeito com um milhão de pessoas que votaram nele". Tiririca foi eleito com 1,3 milhão de votos, mas para tomar posse terá que provar na Justiça Eleitoral que sua declaração de escolaridade não é falsa.
    Na avaliação do presidente, o Congresso Nacional tem "uma parcela de culpa" a respeito da polêmica em torno do prazo de validade da Lei da Ficha Limpa. Lula criticou ainda que "é um erro definir questões políticas no Judiciário". "O Congresso Nacional poderia ter sido mais preciso. Os 81 senadores e os 513 deputados têm uma parcela de culpa em tudo isso", considerou.
"Menor do que entrou"
    Confiante na vitória da candidata petista, Dilma Rousseff, o presidente Lula considerou ainda que o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, "saiu menor do que entrou na campanha política". Lula criticou a "agressividade" de Serra no embate eleitoral contra a candidata do PT.
    "A agressividade dele com a Dilma é uma coisa que eu achava que tinha acabado na política. Fui cinco vezes candidato e perdi três e vocês nunca me viram com esse nível de agressividade", disse Lula. À imprensa, o presidente defendeu a escolha de uma mulher para presidente. Ele afirmou que "as mulheres não são respeitadas e há preconceito na política".
    Lula disse também que Dilma irá construir um governo "com a cara dela e do jeito dela e com pessoas de sua confiança". "Lógico, vou discutir muitas coisas com ela", enfatizou. Lula afirmou que não há possibilidade de se candidatar novamente em 2014 e sinalizou que continuará "socializando", com países da América Latina, as experiências sociais bem-sucedidas de seu governo. "Quando eu entrei, sabia que ia sair. O importante é isso: que você tenha um momento para entrar e para sair. Isso é importante para a democracia", disse Lula.
Do Congresso em Foco

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