7 de mai. de 2011

Gestores da cultura do Maranhão foram literalmente à merda

    Em teatro, merda é um interjeição que exprime boa sorte cochichada entre artistas nas cochias antes do último badalo anunciando o hora de entrar em cena. O que aconteceu no Teatro Arthur Azevedo na noite de sexta-feira,6, durante a apresentação da humorista cearense Raimundinha há tempos vem sendo anunciado.
   Justamente o produtor Moraes Júnior foi quem acendeu o farol vermelho para a forma de adminstração da Casa de Apolônia Pinto aos gestores da Secretaria de Estado da Cultura. Buscou apoio do Sindicato dos Artistas para engrossar o coro. Mesmo assim, não foi ouvido. Com o riso fácil no rosto destes, os alertas eram traduzidos como crise de estrelato a qual Moraes não padece. Falhas costumeiras no atendimento aos contratantes da casa eram relevadas.
     Inimaginável, o tresloucado ataque do psicopata, envergando o figurino das celebridades sinistas - enfocadas à exaustão pela mídia em busca de audiência e, consequentemente, dinheiro -, expõe a negligência da direção da casa com a segurança. 
    O público que se dirige ao teatro está à mercê da violência tão quanto produtores e artistas. A começar pelo estacionamento, improvisado na praça João Lisboa, território do crack que no breu favorece o clima de apreensão logo na chegada. Receptivos, os flanelinhas cobram taxa de R$ 5,00 pelo estacionamento público de maneira ameaçadora. Mas, a direção do teatro nada tem com isso.
    No interior do casa e nas proximidades mais estritas da casa de espetáculo, a insegurança é saliente. Embora os contratos com a Cefor, empresa de segurança privada, sejam de valores astronômicos, a bilhereria fica a deus dará. Sorte dos produtores que ainda não foram vítima de assalto diante de tamanho descaso.
    Mesmo que a direção não responda exclusivamente pelo ato, compartilha com esse o psicopata pela apatia e negligência.
    O Arthur Azevedo, casa tradicional de São Luís, estacionou no passado com ajuda do pensamento anacrônico da direção. O uso de cartões, uma realidade até no comércio informal, no TAA inexiste. Compra por telefone, nem pensar. Câmeras, as da Mirante causam frisson no diretor. Tudo à moda antiga, conservando as mazelas que a somente a arte pode curar. Nesse episódio no espetáculo de humor foram oss gestores da cultura que literamente à merda.
Nota de repúdio do Sindicato dos Artistas do Maranhão
    O SATED-MA vem através desta expressar seu repúdio ao lamentável fato ocorrido no Teatro Arthur Azevedo durante a apresentação do espetáculo "Raimundinha, meu nome é humor", produzido por Moraes Junior.
    Lamentamos a existência de uma mente tão doentia que espalha fezes na plateia para chamar a atenção, mas que é covarde demais para assumir o fato. Lamentamos os prejuizos financeiros e morais envolvidos.
    Lamentamos que mais uma vez o nome do Maranhão seja destaque nacional literalmente nas fezes. E, principalemte, lamentamos o pouco caso como a Secretaria de Estado da Cultura trata a questão da segurança e manutenção dos Teatros do Estado.
    O que foi um pacote de dejetos poderia ter sido uma arma e um incômodo asqueroso e vil, poderia ter sido uma tragédia.
    Sr. Roberto Brandão, diretor do TAA. Sr. Bulcão, Sec de Est. Da Cultura e Sra. Roseana Sarney, exma. Governadora deste Estado, sabemos que em todo lugar existem loucos, idiotas e invejosos, e isso não é culpa de ninguém, mas providências de segurança e monitoração precisam ser tomadas com urgência para que tais absurdos não voltem a acontecer. O Sindicato dos Artistas e Técnicos do Estado do Maranhão conta com o vosso apoio para a apuração dos fatos, punição dos responsáveis, compensação dos prejuizos e as providências cabíveis em relação à segurança dos nossos Teatros.
Charles Melo
Presidente Sated-MA
Ator
NOTA - TEATRO ARTHUR AZEVEDO
    A direção do Teatro Arthur Azevedo lamenta o episódio ocorrido na noite desta sexta-feira (6), quando uma pessoa que ocupava cadeira na galeria jogou um saco com fezes na área da platéia, sujando uma pessoa. O culpado, apesar das buscas da direção, não foi encontrado porque as luzes são apagadas no momento da apresentação.
    A direção do TAA repudia o ato de vandalismo contra o público e a casa de espetáculo, um dos patrimônios arquitetônicos e artísticos de São Luís. O teatro passa por processo de limpeza e desinfecção na manhã deste sábado (7).
    Foi registrado boletim de ocorrência e a polícia está investigando o caso. Em respeito ao público, os ingressos foram devolvidos.

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