24 de mar. de 2010

Brandão afina mais com a SECMA ao abrir contas de evento


Teve a aparência de nobre a atitude do diretor do Teatro Arthur Azevedo, o cantor do Boi Barrica e Bicho Terra, Roberto Brandão, em informar ao público, logo na abertura do evento, o dinheiro investido na quinta edição da Semana do Teatro no Maranhão. Antes de anunciar a apresentação do espetáculo "Paixões", da atriz Nathália Timberg (foto), o diretor leu o texto, descortinando os gastos com a programação cultural.

Segundo Brandão, a Secretaria de Estado da Cultura usou R$ 260 mil do resto do seu orçamento - que com o gasto do carnaval ficou em pouco mais de R$ 13 milhões -,a Secretaria de Estado de Comunicação transferiu R$ 30 mil para a organização da semana, e, por fim, o Banco do Nordeste financiou o evento com R$ 70 mil, obtidos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social, BNDES.  Os dois últimos aparecem como patrocinadores da semana, através da Lei Rounet, do Governo Federal.

Como interveniente do projeto aparece o Convention Visitors Bureau, comandado por Nan Souza, ex-político e empresário que mantém negócios com a família Sarney no setor hoteleiro.

Na linguagem teatral, porém, não passou de uma farsa a  atitude do diretor do TAA. Sobretudo se avaliarmos as posturas recentes da SECMA no trato dos recursos públicos.  Segundo os esquete de Brandão, baseado em fatos reais,  quando se trata de valores irrisórios, o órgão da cultura oficial do estado trabalha com a transparência legal. 

Mas, diante de somas vultosas, como o despêndio feito no Carnaval, por exemplo, a cortina de fumaça passa a integrar o cenário, sobretudo, político. Mostrar a planilha de custos ao público da Festa de Momo promovida com o erário estadual pode gerar controvérsia.

Embora os ânimos dos atores da cena cultural nativa estejam sempre apaziguados pela perspectiva do apoio institucional, não será nada animador saber que o Marafolia abocanhou boa parte dos milhões do carnaval para promover um pífio carnaval à beira-mar na avenida Litorânea. Mas isso é outra cena, talvez até obscena para de faktor ser tratada como coisa séria. Nada tem de glamuroso.

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