14 de mar. de 2010

Eliane Caffé e a narrativa perdida de Estreito

A diretora de cinema Eliane Caffé (foto) chega ainda este mês a São Luís para rodar seu mais novo longa-metragem ainda sem nome definido. O filme terá locação em Alcântara. Elianne Caffé é diretora do filme "Narradores de Jaffé", produção de 2003, premiada no VII Festival Internacional de Cinema de Punta Del Este e no 30º Festival Internacional do Filme Independente de Bruxelas, na Bélgica, como melhor roteiro. Sua última produção é "Sol do Meio-Dia".
     "Narradores..." conta a história de uma comunidade que decide registrar os grandes acontecimentos envolvendo seus moradores antes do lugar ser ocupado por uma usina hidrelétrica. Na realidade a situação encontra semelhança com a cidade de Estreito, no Maranhão, onde está sendo construída uma hidrelétrica por um consórcio multinacional.

     No local ainda há conflito latente entre os antigos ocupantes da terra a ser inundada e as empresas GDF Suez (franco-belga), Vale, Alumar e Câmargo Correia Energia, verdadeiras donas da Usina Hidrelétrica de Estreito através do Consórcio Estreito Energia.

     A obra da hidrelétrica financiada pelo BNDES, algo em torno de R$ 3,6 bilhões, é tocada pela OAS, pertencente a um ex-genro do falecido cacique baiano Antonio Carlos Magalhães. Antes de Estreito a OAS esteve no Maranhão envolvida com a duplicação do ITALUÍS em parceria com a Gautama, empresa hoje no rol das inidôneas no Tribunal de Contas da União, TCU. A OAS chegou a montar um escritório no mesmo local onde será construída a Refinaria Premium da Petrobras, em Bacabeira.
     No final do mês passado o ministro das Minas e energia, Edison Lobão, que deve se licenciar no próximo dia 2 de abril para concorrer à reeleição, fez a primeira visita "a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento, PAC".

     Lavradores e pescadores que ocupam um terreno em frente ao portão do Consórcio Estreito Energia, CESTE, tentaram fazer um piquete, mas foram dispersados pela Polícia Militar e Força Nacional.

     Os pescadores que antes atuavam na área e habitavam as comunidades ribeirinhas, tanto do Maranhão como do Tocantins, estão buscando apoio do ministro da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República, Altemir Gregolin, para que as indenizações sejam revistas. Para que obtenha a licença de operação o projeto tem que proceder com todas as indenizações.

    O canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Estreito ocupa uma área de 1.300 hectares e alcança além de Estreito e Carolina, no Maranhão,  dez municípios do estado do Tocantins. A previsão é de que a UHE entre em operação no segundo semestre deste ano.

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