12 de mai. de 2010

Museu da Emigração Maranhense (I)

O jornaleiro Lourival Alves da Silva, 54 anos, corintiano doente, é dono da Banca Maranhão, na região central da cidade de São Paulo. Lourival vai a todos os jogos do Corinthians que pode e guarda, em casa, uma coleção de artigos relacionados ao time, como camisetas e toadas.

    O envolvimento do jornaleiro como Corinthians é tanto que contagiou até o primeiro filho de Lourival, Douglas, que hoje tem 20 anos, jogou como volante das categorias de base do alvi-negro até os 16.

     Dos momentos mais emocionantes que presenciou como torcedor; Lourival lembra da invasão corintiana no Maracanã, em 1976. No dia 5 de dezembro daquele ano, cerca de 70 mil torcedores corintianos foram ao Rio de Janeiro assistir à vitória do Corinthians sobre o Fluminense nos pênaltis.

     "Fiquei hospedado no Hotel Glória, junto com as delegações dos dois times. Foi uma emoção muito grande", recorda. "Na época. eu trabalhava em uma farmácia, e o chefe, que era uma pessoa muito boa, me dispensou", conta.

     A farnácia foi o último emprego que Lourival teve antes de assumir a Banca Maranhão, na esquina das ruas Almeida Torres e Muniz de Souza, na Aclimação, região Central. O nome da banca é uma homenagem ao estado onde Lourival nasceu e cresceu.

     Em 1973, o jornaleiro deixou a família na cidade de Imperatriz e veio para São Paulo em busca de trabalho. O objetivo foi alcançado logo no primeiro dia. Por coincidência, começou a trabalhar em uma banca de jornal. Após dois anos no turno da madrugada, Lourival passou para uma loja de sapatos. A volta às bancas foi inevitável. O jornaleiro está há 28 anos no ponto.


Matéria publicada no jornal Diário de S. Paulo

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