25 de jun. de 2010

Nordeste: preço do macarrão quadruplica no interior

Letícia Lins
     "Depois da queda, o coice". Foi assim que o pernambucano Lenivaldo Marques da Silva definiu ontem a situação das pessoas que, como ele, vêm enfrentando o aumento de preços de alimentos e outras mercadorias que se tornaram de primeira necessidade, depois que a chuva espalhou a destruição por 59 municípios e danificou 2 mil quilômetros de estradas, dificultando a chegada de bens a estas cidades, segundo os números da Secretaria Nacional de Defesa Civil de Pernambuco.
     Com a escassez de produtos, Lenivaldo contou que as vítimas da chuva vêm sofrendo duplamente — com o saque a estoques que sobraram depois da passagem das águas e com os valores cobrados por quem conseguiu preservar ainda algo para vender.
     — Enquanto lojas e casas que ainda têm algum tipo de mercadoria vêm sendo arrombadas por marginais e oportunistas, gente como eu, que perdeu tudo, se sente saqueada quando chega nos supermercados. Os preços aumentaram muito. É triste ver gente se locupletando às custas da miséria alheia — disse Lenivaldo, que só conseguiu salvar parte dos seus livros na enchente que chegou ao segundo pavimento das casas da rua onde reside, no bairro de Cohab 1, em Palmares, a 125 quilômetros da capital.
     Ontem, na cidade, eram encontrados galões de água de 20 litros vendidos nas ruas da cidade a R$ 15 — antes, em dias normais, o preço variava entre R$ 5 e R$ 6, dependendo da marca da água mineral.
     No Mercado Tio Beto, de propriedade do prefeito de Palmares, Bartolomeu de Almeida Melo, o Beto da Usina (PDT), o preço era mais baixo do que o cobrado nas ruas, mas também superior ao registrado em dias normais. O garrafão era vendido a R$ 8 — desde que o comprador levasse um vasilhame vazio para deixar no estabelecimento. Sem o garrafão para repor o estoque, o preço chegava a R$ 18.
De O Globo no Blog do Noblat

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