26 de set. de 2010

No Pará, cidade "devolve" migrantes a local de origem

     "Você não quer retornr para sua cidade? Estão aqui a passagem e o lanche." É assim que agentes da prefeitura de Paragominas (306 km de Belém) abordam migrantes desempregados e sem escolaridade há cinco anos.
     A ação faz parte do programa "Mão Amiga", que convence retirantes a voltar aos seus locais de origem e já financiou o retorno de 3.486 migrantes entre 2005 e 2008.
Paragominas fica no sudeste do Pará, está na região de expansão da fronteira agrícola sobre a Amazônia.
     O prefeito Adnan Demachki (PSDB), ideólogo do programa reclama que a política de povoamento da Amazônia fez com que a população crescesse mais do que a economia na região.
     A taxa de migração tem caído, diz ele, também por acordo com empresas locais que só contratam quem tem dois anos de Paragominas.
     Os migrantes são abordados quando chegam. Ao dizerem que não têm emprego nem onde ficar, os funcionários propõem pagar a volta. Caso a pessoa recuse, responde a um questionário e informa o endereço para onde vai.
     Quinze dias depois a equipe bate à porta do imigrante e pergunta: “Conseguiu emprego? Não? Quer passagem e lanche?”
     O prefeito conta da vez em que a prefeitura constatou uma explosão de migrantes de Santa Rita (MA). Mandou um contrainformante para lá. Um agente foi à Santa Rita, e na parada de ônibus dizia: “Vim de Paragominas agora e me lasquei. Não tem emprego, tu vais perder teu tempo”.
     “Isso é gestão”, afirmou Demachki. Segundo relatório da prefeitura,71% dos mirantes são analfabetos ou tem ensino fundamental incompleto e 50% recebem ajuda de programas de governo.
Da Folha de S. Paulo

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