15 de nov. de 2010

Homofobia: "O governo está de costas para este problema", diz Luiz Mott


O sociólogo baiano Luiz Roberto Mott

    A agressão contra quatro homossexuais na madrugada de domingo na avenida Paulista, em São Paulo, foi considerada pelo coordenador do Grupo Gay da Bahia, o sociólogo Luiz Roberto Mott, como um confronto entre classes sociais. Em entrevista ao iG, Mott comenta que o caso traz à tona a discussão sobre o direito das minorias e mostra que a violência contra homossexuais tem sido ignorada pelo Poder Público.
    “O caso desses garotos em São Paulo apenas confirma que a intolerância não tem idade nem classe social. Eles alegaram que os rapazes mexeram com eles, mas imagina se todas as mulheres fossem agredir homens que as assediam? Seria uma tragédia pública.” Segundo ele, a agressão de domingo colocou no centro dos holofotes o aumento no número de violência contra homossexuais em São Paulo. De acordo com um estudo realizado pelo grupo até novembro deste ano, o Estado de São Paulo é a região com maior número de crimes contra homossexuais no País. Este ano, dez homossexuais foram assassinados no Estado.
    O Brasil continua sendo o campeão mundial de homicídios contra lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais (LGBT), com 198 mortes anuais, seguido do México com 35 e dos Estados Unidos com 25 mortes. A cada dois dias um LGBT é assassinado no Brasil vítima da homofobia.
    "Não podemos deixar que pessoas continuem morrendo vítimas de preconceito. Estamos no século 21, e essas coisas continuam acontecendo. O governo está de costas para esse problema, falta vontade política para acabar com esse tipo de racismo. Não adianta termos apenas a Parada Gay, se não conseguimos conscientizar a população. Precisamos levar educação até as escolas”, disse o coordenador.
Do Politicahoje

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