22 de nov. de 2010

Sem alianças, PT, PMDB e PSDB cresceriam

 Fernando Rodrigues
    Se os três maiores partidos brasileiros não tivessem se coligado a nenhum outro na eleição deste ano para obter vagas na Câmara dos Deputados, suas bancadas somadas chegariam a 282 cadeiras. Como se coligaram, PT, PMDB e PSDB conquistaram juntos apenas 220 deputados para a legislatura que começa em 2011.
    A diferença de 62 deputados (12% da Câmara) se dividiu entre partidos pequenos. Seis dessas agremiações só têm deputados eleitos por causa dessa "sobra" de cadeiras das siglas maiores.
    O Brasil tem 27 partidos políticos registrados oficialmente na Justiça Eleitoral. A rigor, todos podem se aliar na eleição para a Câmara, independentemente de serem adversários nas disputas para presidente da República ou para governador.
    O sistema de coligação livre em eleições proporcionais no Brasil (Câmara, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais) permite aos partidos se aliarem para que os votos sejam divididos entre todos os candidatos de uma mesma aliança.
    Trata-se de uma troca. Os partidos grandes se juntam aos pequenos para aumentar seus tempos de TV e rádio na propaganda gratuita (o PT fez isso para dar mais exposição à candidatura presidencial de Dilma Rousseff).
    Já as agremiações menores têm a vantagem de eleger um número maior de deputados com base na votação das siglas mais tradicionais.
    As alianças não seguem nenhum tipo de vínculo ideológico. A coligação O Maranhão Não Pode Parar, por exemplo, incluiu na chapa de candidatos a deputado o PT e o DEM, inimigos quase mortais em Brasília.
    O eleitor maranhense que escolhia ideologicamente o PT dava também seu voto a um político do DEM. No modelo atual, todos os votos dados aos partidos de uma coligação são comados para o cálculo da vagas dessa aliança na Câmara.
    Há exemplos nos 26 estados e no Distrito Federal.
    Não há no horário eleitoral um esclarecimento a rerspeito dessas alianças. Na TV, os nomes são pequenos; no rádio, são lidos rapidamente.
    Neste ano, segundo o datafolha, depois de suas semanas da eleição, 30% dos eleitores já não sabiam em que haviam votado para deputado. Não há pesquisas sobre quantos sabem quais as legendas que in tegram a coligação do deputado para quem deram o voto.
    O levantamento publicado pela Folha hoje foi preparado por Antonio Augusto de Queiroz, diretor de Documentação do Diap (Departamento Intersindical de Assunto Parlamentar).
    Em 1º de fevereiro de 2011 quando os novos deputados tomarem posse,22 partidos estarão representados.  Se as coligações nessas eleições proporcionais não fossem permitidas, o número de siglas presentes cairia para 16.
     Os únicos três partidos que perdem por conta das coligação são PMDB (menos 30), PT (menos 20) e PSDB (menos 12).
    O que mais se beneficiou foi PTB que obteve 7 das 21 cadeiras por estar coligado.
Da Folha de S. Paulo

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