8 de jun. de 2011

Escrito nas estrelas

Pedro Novais
    O que faz de um hotel um autêntico cinco estrelas? Piscina, quadra de tênis, banheira de hidromassagem? E quais são os critérios para que um estabelecimento ostente três estrelas em sua fachada? Hoje, no Brasil, não há respostas objetivas para estas questões. A consequência é que consumidores, operadores e agentes de viagens - brasileiros e estrangeiros - não têm uma base de informações, de conteúdo independente e confiável, sobre o que os meios de hospedagem oferecem em infraestrutura e serviços.
    A demanda por um sistema de classificação hoteleira eficiente tem crescido no Brasil proporcionalmente ao desenvolvimento do turismo no país. Hoje, o setor representa 3,6% do PIB. A tendência é que essa participação continue aumentando, impulsionada principalmente pelo aquecimento do mercado interno e pela realização, no Brasil, de dois dos eventos esportivos mais importantes do mundo. Existe também uma demanda institucional, uma vez que, por força da Lei do Turismo, é obrigação do Estado regular a atividade turística.
    O novo Sistema de Classificação Hoteleira (SBClass) é uma resposta do Ministério do Turismo a estas questões. Foi construído de forma participativa, aberta e transparente, mediante a realização de oficinas com as partes interessadas e consulta pública, para elaborar as matrizes. Os modelos de classificação adotados pelos países líderes do turismo foram fonte de inspiração para o sistema brasileiro.
    Ao qualificar a oferta dos meios de hospedagem, o ministério contribui para que o Brasil alcance um novo patamar de profissionalismo, em um contexto no qual a concorrência entre os destinos é muito acirrada. Além disso, oferece uma ferramenta aos consumidores para que tenham mais segurança, ao contratar a hospedagem, pagando preço justo pelo serviço desejado.
    Entre as perguntas mais frequentes que me são feitas está: "E os empresários, o que ganham com isso?" É necessário enfatizar que a adesão é voluntária. Mas há muitas vantagens em aderir ao sistema. A primeira é que somente os meios de hospedagem do SBClass poderão usar as estrelas para identificar em que categoria se enquadram. Outra vantagem é que eles serão divulgados nos sites e listas de oferta, por meio do ministério. Isso significa ter visibilidade no catálogo do turismo brasileiro, com a chancela do governo federal e reconhecimento por parte das operadoras nacionais e estrangeiras.
    Tudo isso constitui uma poderosa ferramenta de marketing, principalmente nos próximos anos, quando são esperados, só para o período da Copa, em torno de 600 mil estrangeiros e uma movimentação de 3,1 milhões de brasileiros. Suas expectativas poderão ser atendidas, se optarem por um dos tipos de hospedagem previstos: hotel, hotel-fazenda, resorts, hotéis históricos, pousadas, cama&café e flats/apart hotéis.
De O Globo 

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