11 de jul. de 2011

Ficção de escritor brasileiro não tem preferência do leitor brasileiro

    Na semana que sucede a FLIP (Feira de Literária Internacional de Paraty) com participação de 34 escritores, entre eles atrações estelares com o ex-Talking Heads, o bissexto David Byrne, e a escritora argentina Pola Oloixarac a lista dos mais vendidos é desestimulante para o escritor brasileiro. Pelo menos em VEJA e Época, para ficar nas duas publicações semanais da Abril e Globo (ambas com selo de editora), na lista de ficção não há nomes de escritores brasileiros.
    Dos vinte títulos mais vendidos segundo levantamento do VEJA, a editora Novo Conceito ocupa espaço hegemônico. Sete tem o selo da editora, entre os quais os três títulos do escritor Nicholas Parks autor de "Querido John", há 61 semanas entre os mais vendidos no país, segundo a revista dos Civita e  62, segundo Época.
    Parks aparece está na lista de best sellers ainda com "Diário de uma paixão" e "O milagre".
     No considerado Não Ficção, as listas são encabeçadas pelo jornalista Leandro Narlock e seu "Guia politicamente incorreto da história do Brasil". Nesse gênero os brasileiros dominam. Laurentino Gomes ("1808" e "1822") disputa com a norte-americana Elizabeth Gilbert ("Comer, Rezar e Amar") a condição de mais longevo entre os Não Ficção mais vendidos.
    São as biografias que seduzem os leitores brasileiros para as letras brasileiras. Lobão ("50 anos a mil")  e o imberbe Restrart ("Restart-coração na mão- a história completa", da jornalista Fátima Gigliotti)  estão no mesmo patamar. Cabe ainda na preferência do leitor tupinquim as mal traçadas linhas do rolling stone Keith Richard ("Vida") e a vida bandida de Kai Herman em "Eu, Christiane F, 13 anos, drogada, prostituída".
     Entre os best-sellers não há nenhum clássico da literatura brasileira, recente ou do passado remoto. Ausente também estão os escritores nacionais que estiveram na FLIP.

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