31 de ago. de 2011

Cultura oficial do estado celebra com festa o Bumba-meu-boi que ajuda a deturpar

    Na festa promovida pelo Palácio dos Leões para comemorar o registro do bumba-meu-boi do Maranhão como patrimônio cultural do Brasil nem um só crédito ao trabalho da Superintendência Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artísticico Nacional, IPHAN. Nem de longe - de Brasília - foi citado o nome da superintendente Kátia Bogea.
    Foram os técnicos do IPHAN no Maranhão, sob coordenação geral da pesquisadora Izaurina Maria de Azevedo que prepararam o dossiê sobre o Complexo Cultural do Bumba-meu-boi enviado à conselho consultivo. Álbuns de fotografia, CDs (106 ao todo), livros, vídeo, três livros de tese (sendo dois de autores de outros estados), artigos de trabalhos científicos, entrevistas (mais de 200), partituras, tudo fez parte do dossiê recolhido pelo IPHAN. O inventário somou 1.440 páginas.
    Não houve, no entanto, nenhum trabalho ou participação da Secretaria de Estado da Cultura para a formatação do dossiê. O reconhecimento, além da consequente viusibilidade ao folclore maranhenses, implicará em responsabilidades. Competirá à Secma salvaguardar o bumba-meu-boi apontando o que poder ser feito para preservá-lo.
    Essa postura não tem sido a dos governos. Uma declaração de Luiz Phelipe Andrés, conselheiro do Iphan e relator do processo, demonstra a política adotada pelops órgãos de cultura, tanto estadual como municipal: “Em alguns arraiais oficiais, foram construídos palcos que, além de distanciar o público, modificam as práticas de sociabilidade tradicionais do bumba-boi, baseadas na aproximação entre brincante e espectador”. O arraial da Liga, de Ricardo Murad, montado na Lagoa da Jansen, área nobre de São Luís efrequentado pelo cast do governo, é um exemplo maior desta prática. O da Maria Aragão segue o mesmo pensamento rastaquera, com direito a camarote para a cúpula da prefeitura e doses de uísque na bandeja para João Castelo.

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