3 de ago. de 2011

Resposta ao poseidônico Joaquim Nagib Haickel

    O culto à personalidade foi uma das chagas identificadas nos princípios das sociedades socialistas inauguradas no limiar do século XX. Stalin era seu totem mais cruel. É talvez esse o traço mais marcante do totalitarismo.
    Foram esses pensamentos que absorvi logo nos primeiros passos de minha formação política. A partir da leitura de compêndios como “Sobre Literatura e Arte”, de Marx e Engels, refletia sobre a realidade tacanha ao meu redor e a projetava num mundo idealizado do porvir.
   Porém, confesso que meus sonhos mais pueris frustraram-se ao ritmo da ampulheta da história da minha aldeia. O pensamento extraído do determinismo marxista segundo o qual as relações de produção determinam as relações sociais, em doses se constituiu para mim um axioma irrefutável. Pensamento e realidade. Tudo ao mesmo tempo agora. Esse lema da dialética marxista guiou minha formação política.
    No pensamento de Lenin, uma das minhas referências desse período de descobertas políticas, o escritor Dostoievski foi um escafandrista da alma russa ao escrever sobre os males que acometem o homem universal. As situações patológicas da alma são o mote de sua obra eterna. Sobretudo as reflexões da consciência, que posteriormente entabularam o existencialismo, são seu maior legado à literatura e à humanidade.
  Décadas após ler "Os irmãos Kamarazov" retorno ao personagem de Ivan Karamazov para manifestar meu desprezo ao texto “O que move o mundo...” do imortal maranhense Joaquim Nagib Haickel, e suas alusões a minha pessoa, publicado no jornal do senador José Sarney (O Estado do Maranhão, edição Nº 17.883).
        Incorporo  o pensamento dostoievskiano para responder às suas considerações sobre meu "textículo" veiculado no jornal que o sr. não leu. Assim como Ivan, acredito que “em toda a face da terra não existe absolutamente nada que obrigue os homens a amarem seus semelhantes”. Ivan cria que “o amor na Terra não se deve à lei natural mas tão-só ao fato de que os homens acreditavam na própria imortalidade”.
    Despido o homem da fé em sua imortalidade, o amor estanca, assim como toda e qualquer força, para que continue a vida no mundo. Vai mais além Ivan: "então não haverá mais nada amoral, tudo será permitido, até a antropofagia”. 
   Percebo no meu modesto horizonte das letras que há obras literárias que sintetizam a alma de um povo. Na sua identifico um cadinho de vaidades inspirada no lume de seu grande mestre: o morubixaba que inferniza esta aldeia há quase meio século, ao qual prefiro não declinar.
    Trago em mim todos os pecados do mundo. Mas, não o invejo sr. imortal. Sei que pela minha condição de homem comum convictamente caminho para o pó do esquecimento. Minha estatura intelectual é pigmeia talvez por não ter exercitado meus dotes, que sei parcos, alinhavando palavras para emular a perda de meu cachorrinho de estimação. Como fez outrora o futuro imortal no mesmo espaço do jornal de Sarney.
    Talvez nutrisse esse sentimento torpe, tão comum entre seus pares da vida pública, houvesse nascido em berço esplêndido e tivesse a imortalidade ilusionista garantida por um fardão iníquo.
    No cinema, sua vida daria um filme, certamente com fade out após um presumível happy end. Minha estória de qualquer um, alternando dor e prazer, não cabe em seu roteiro genial, quiça no museu em nobre endereço vizinho à fundação de Sarney. 
   Sobre recalques e outras maledicências, posso comprovar que assim como procissões de maranhenses, durante os últimos trinta anos da minha vida tenho sido mão de obra operária, às vezes formal e outras na informalidade.
    Portanto, senhor imortal, não pertenço ao seu círculo nobre de labor. Desconheço sinecuras como as que o senhor de forma descarada imortalizou recentemente, aboletando pupilas familiares no gabinete do deputado estadual Rogério Cafeteira (isso está provado no Diário da Assembleia).
    Seria isso um gesto nobre de avareza de um bom homem rico, ou não?! Diria ser a luxúria do poder conquistado na moleza por sete mandatos eletivos às custas de um eleitorado famélico. Isso sim, motivo de um imensurável sentimento de orgulho, não é mesmo sr. imortal?
    O que não move o mundo, sr. Imortal, são traquinagens competentes como as poucas referidas, que adoecem a sociedade de forma crônica, alimentando sentimentos de impotência, condenada-a sim ao mundo inferior, cuja sentença o senhor consigna cotidianamente com seu grupo político.

4 comentários:

Anônimo disse...

Joaquim e um carcamano que só pensa em cifras e bandalheira. Faz de tudo para aparecer e não entende nada. Deixa esta besta para lá Bois.

Anônimo disse...

concordo plenamente esse sujeito é um paspalho, não sabe de nada e só quer aparecer.

Anônimo disse...

Quem diz que Joaquim Nagib Haickel só pensa em cifras e bandalheiras, que ele não entende de nada e só quer aparecer, não o conhece, nunca esteve com ele, não conhece seu trabalho, fala simplesmente por falar.
Apesar dele não ter se candidatado e com isso nos deixado órfãos, ele é e sempre será o nosso deputado, nosso representante, mesmo sem mandato, pois sabemos que com ele nós podemos contar. Pro seu governo ele dizia seu telefone celular em cima dos palanques e ainda hoje ele usa o mesmo numero, pois sempre que se liga para ele, ele atende e nos trata com a mesma atenção e com o mesmo carinho.
Joaquim Nagib tem um coração imenso, é um homem de uma generosidade impar e como político não há um que como ele honre a palavra empenhada, seja franco, não faça rodeios. Com ele é pão pão, queijo queijo.
Ponham a mão na consciência e não falem mal de alguém que vocês nem conhecem.

Anônimo disse...

Seja como for, ô textinho bom este aqui.
E acabei de chegar do site do Nagib. Li primeiro a resposta dele. Quanta diferença entre os dois.
Eu destaco um trecho de uma frase do Nagib: "demonstrando estar muitos degraus acima dos usuários comuns da Wikipédia".
hehehhe.. Foi engraçado. Na verdade, cômico! (Sim, existe diferença, Nagib!)
Solta uma pérola, e ao mesmo tempo mantém-se polido nessas discussões pseudo-intelectuais que alimentam o seu ego. Na verdade é medo. É que lhe falta cacife para, efetivamente, dialogar. Aliás, esses 2 textos me lembraram a discussão dele com o Walter. Elogia, dá uma furadinha aqui, outra ali, elogia de novo. E de novo. Procura no Google. Encontra a Wikipedia (!!!). Vira pro lado, pega um livrinho, e cita. Um estilo eterno, diria mesmo imortal. Em suma, o que deve ficar claro é: leu muito e conhece de tudo.
Eita "nóis"... olho pra lá e só vejo falsos poetas, contistas e cronistas sem tempo. E percebo agora coooooomo lhe falta tempo!

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