22 de fev. de 2010

Vítima de pedofilia em Açailândia recorre ao suicídio

A jovem Rosemeire Monteiro Silva, 25 anos, morreu na sexta-feira depois de ter ingerido veneno. Moradora de Açailândia, Rosimeire era mãe de dois filhos e uma filha. Tanto ela como a filha foram vítimas de abuso sexual infantil. O pai e avô Sebastião Alves da Silva, 57 anos, foi apontado como autor do crime. Reprisava-se o clássico: violência sexual dentro do ambiente doméstico.
Aos 13 anos de idade, Rosemeire saiu de casa. Mais de dez anos depois tomou coragem para denunciar, no final do ano passado, à Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga crimes de abuso sexual contra crianças e adolescentes. Contou a jovem que, desde os oito anos de idade, o pai a violentava sexualmente. E não só a ela, também a irmã com problemas mentais.
Preso por porte ilegal de arma, Sebastião passou cinco meses na cadeia. A mãe de Rosemeire, Maria José da Silva Alves, 53 anos, tentou se desfazer da casa da família. O dinheiro da venda seria usado para advogados do marido. Mãe e pai em coro foram ouvidos na CPI.
Na época da denúncia, a propriedade foi citada como prumo do conflito entre pai e filha. Vizinhos temeram pela integridade de Rosemeire e sua filha. Afinal, ela havia delatado o criminoso, coincidentemente, seu pai. Quase anunciada pela vizinhança, a morte de Rosemeire teve lances de tragédia, testemunhada até por crianças. Segue o um ritual macabro envolvendo menores no município.
Açailândia está no foco central da CPI do legislativo estadual. São do município os adolescentes assassinados no interior das dependências da FUNAC – órgão do governo do estado -, na Maiobinha, em São Luís.
Na próxima quinta-feira, 25, a CPI de Combate a Pedofilia e ao Abuso Infanto-Juvenil retomará os trabalhos. Uma enxurrada de casos tem excitado os membros da Comissão a investigar não abastados, autoridades e pessoas de alto poder aquisitivo. Não necessariamente nessa ordem. O efeito mais pedagógico da atuação da CPI é a exposição de seus próprios integrantes na mídia. Sem o capuz sensacionalista, Rosemeire deu cabo da existência e fim a uma dor que não sai em jornais.

Com informações do Blog Sem Censura, de Wilton Lima

0 comentários:

Postar um comentário

Comente aqui!!!