19 de mar. de 2010

Jackson Lago confirma intenção de disputar o governo


O ex-governador do Estado, Jackson Lago (PDT), retornou na tarde de quinta-feira,18, ao Maranhão depois de um longo período em São Paulo onde esteve em tratamento de saúde. Em entrevista coletiva concedida à imprensa, Lago falou sobre sua condição física e reafirmou sua intenção de disputar o governo do Estado pela quarta vez nas eleições de outubro deste ano.

No preâmbulo da entrevista, Jackson Lago adiantou a resposta ao questionamento sobre seu futuro político. Antes, chamou para lhe ladear na mesa sua companheira , doutora Clay Lago, e o ex vice-governador do estado e “companheiro de usurpação”, Pastor Luis Carlos Porto.

“Pra mim é um momento de grande emoção esse reencontro com tantas pessoas que têm dedicado boa parte de suas vidas para melhorar as condições de nosso estado. Tive ausente por um período prolongado, em São Paulo, procurando recompor a saúde, para estar ao lado de cada mulher, de cada homem que deseje retomar a luta pela ética, pela justiça social, pela participação popular. Acho legítimo que outros maranhenses aspirem chegar ao governo do Estado. Também entendo que é meu dever, procurar, se esta for a vontade do meu partido, dos partidos irmãos, do sentimento popular, oferecer meu nome para candidato ao governo. Para isso estamos nos esforçando, para que estejamos à altura política e fisicamente de uma tarefa de tamanha relevância. Fico feliz em estar ao lado do Pastor Porto que desempenhou um papel muito importante, não apenas na campanha, mas como no governo . Essa carinhosa acolhida nos dá alegria, nos dá força”, disse Jackson Lago antes de responder às perguntas dos jornalistas dos veículos de São Luís e de Imperatriz.

Veja a íntegra da entrevista coletiva:

José Van (Band Imperatriz) - O senhor teve noventa por cento do eleitorado em Imperatriz. Na região tocantina, o grupo que está ocupando o poder vem espalhando que o senhor não tem condições de disputar uma eleição, por conta do seu estado de saúde e de sua situação política.Como o senhor avalia essa boataria?

Jackson Lago - Com relação à questão política, eu tenho meus direitos políticos normais. Posso ser candidato a qualquer função pública. Em relação à saúde, estou me sentindo cada vez melhor. Espero, brevemente, reencontrar aquela brava gente tocantina que me honrou com o título de cidadão de Imperatriz.

Carla Lima (O Estado do Maranhão) – O senhor disse que seu nome está à disposição do seu partido. Quais serão suas próximas ações, seus próximos passos políticos? O senhor vai buscar diálogo com outras lideranças políticas do Estado?

Jackson Lago – Estou chegando, depois de um longo período em tratamento de saúde. Agora vou retomar os contatos, que são comuns ao longo da nossa vida, com os setores democráticos do Estado. Vamos ouvir os sentimentos das lideranças de diversos partidos e diversas organizações, e, recolhendo essas opiniões, iremos naturalmente fortalecendo a nossa convicção, para cumprir meu dever de oferecer meu nome à população do estado, para que ela se pronuncie sobre a violência, a usurpação do mandato, não do Jackson Lago, mas de mais de um milhão de eleitores.

Henrique Bóis (Central de Notícias) – O senhor teve um encontro com o presidente nacional do PSDB na semana passada, em Brasília. Há alguma possibilidade do senhor participar de um palanque com o PSDB  no Estado?

Jackson Lago – Semana passada fui convidado por um amigo comum em Brasília para ir jantar com o presidente nacional do PSDB, o senador pernambucano Sérgio Guerra. Achei que foi uma coisa normal. De qualquer forma, sou vice-presidente nacional do meu partido. São dois políticos que se encontraram. Trocamos opiniões e vamos avaliar este quadro.

John Cutrim (Jornal Pequeno) – O senhor se acha em condições de vencer a governadora Roseana Sarney nas eleições de outubro deste ano?

Jackson Lago – Sou militante desde a juventude. Nós entendemos que diante da fortaleza, pelo sentimento da população, acontecerá este ano a mesma coisa que aconteceu em 2006: uma vitória popular.

Eduardo Ericeira (TV Difusora) – Não sei se seria ousadia de minha parte, mas, doutor Jackson Lago, qual é mesmo o seu problema de saúde? Alguns nomes já foram lançados como pré-candidatos ao governo, o senhor acha que está atrasado no processo?

Jackson Lago – Na realidade, desde que sai do governo do Estado, ou desde que fui tirado do governo, tenho ido a São Paulo com alguma frequência. Desta vez me demorei um pouco mais, porque acho que é meu dever procurar rigidez física, capaz de atender às aspirações de tanta gente. Creio que minha saúde vai bem melhor. Tenho, como muita gente nesse país, problema de próstata e de coronária e que venho controlando há muitos anos. Em 96 operei pela primeira vez a próstata. E, de lá para cá, venho cuidando. Deus tem me dado a vida longa.
Quem está na luta há 40 anos como nós, quer nos partidos políticos, quer nos movimentos sociais, não está atrasado. Fui candidato ao governo do Estado em momento muito difíceis, como em 94. Fui candidato em 2002 e agora em 2006. Então, venho de longe. Julgo que comecei cedo. Cumpri o meu dever de militância desde a minha juventude.

Ricardo Santos (Jornal Pequeno) –A governadora Roseana diz que o senhor abandonou o projeto de águas perenes da Baixada. O que há de verdade em relação a essa obra e outras que ela acusa o senhor de tê-las abandonado?

Jackson Lago - Esse projeto de águas perenes da Baixada é um estudo antigo, do antigo DNOCS, da década de oitenta, que foi abandonado. No meu governo chamamos os técnicos e fomos avalizar o projeto. E, como o que caracterizava o nosso governo era a participação popular, reunimos as lideranças da Baixada e fizemos convênios com as associações das prefeituras. E repassamos inicialmente, me parece, R$ 46 milhões para a primeira etapa do projeto. Aquilo é um projeto de pouco mais de R$ 100 milhões, mas que será a redenção econômica da Baixada. E ele vai acontecer. Esse projeto, nós voltando ao governo, tem que acontecer, de maneira descentralizada com os municípios participando. Como fiz.
Da mesma forma como vamos fazer outros socorrões no interior. Eu, quando sai do governo, deixei o dinheiro depositado na prefeitura de Pinheiro para fazer um hospital. O socorrão de Presidente Dutra foi feito pela prefeitura municipal, com o dinheiro do governo e nosso apoio técnico. É assim que queremos. É assim que nós entendemos a democracia. A governadora fez a mesma coisa com o projeto águas perenes: tomou o dinheiro da associação dos prefeitos; como fez com o Hospital de Pinheiros; Socorrão de Imperatriz, hospital com 240 leitos, e em outras prefeituras. Esse centralismo é que nós combatemos. Temos que ter um governo participativo, descentralizado. Em nome dessa democracia e que lutamos a vida inteira.

Agenor Barbosa (O Imparcial) – Até que ponto o senhor reconhece equívocos em seu governo, e, no seu entendimento, eles poderiam ser evitados?

Jackson Lago – Há equívocos em todas as atividades humanas. Negá-las é incorreto. Os equívocos são para serem corrigidos.

César Belo (Rádio Capital) – Com sua ausência, o Estado cresceu como rabo de cavalo (pra baixo); a governadora Roseana repete as mesmas frases de cooptação e o velho arremedo fisiológico, patrimonialista, que ao longo dos anos os acompanhou vem acontecendo. Ela vem de maneira franca e aberta participando das negociações com o PT. Como o senhor avalia essa situação?

Jackson Lago – Acho que o Partido dos Trabalhadores tem sido um companheiro importante, aguerrido e sempre da linha de frente de todas as lutas e dos movimentos sociais do nosso Estado. Temos sido companheiros. Temos os mesmos objetivos e desejamos que o PT permaneça fiel a essa luta pela libertação do Maranhão.

Carla Lima (O Estado do Maranhão) - As duas teses a serem debatidas pelo PT de qualquer maneira não incluem o seu nome na disputa pelo governo. No caso do PT não aprovar a tese de coligação com o PCdoB, o senhor chamará os comunistas para compor uma aliança, assim como outros partidos de esquerda?

Jackson Lago – Nós acreditamos que na vida as coisas são naturais. E, nada mais natural do que haver o reencontro das forças progressistas, de esquerda.

José Van (Band Imperatriz) – O senhor elegeu 150 prefeitos nas eleições de 2008 e tinha a maior bancada na Assembleia Legislativa. O senhor se sente traído pelos prefeitos e deputados que hoje estão com Roseana?

Jackson Lago – Nós temos que olhar realisticamente a política do Estado. Um estado que ficou quarenta anos sem alternância de poder, acho que dificilmente possa ter a classe política dos nossos sonhos. Na eleição de 94, quando fui candidato ao governo pela primeira vez, tive o apoio de dois prefeitos. Na de 2002, tive de meia dúzia e 48% dos votos. Então acreditamos que vamos ter apoio de mais de meia dúzia. Mas, forte mesmo é o apoio do povo.

John Cutrim (Jornal Pequeno) – Seu partido, o PDT, é da base de apoio da candidata Dilma Rousseff, do PT. Como serão trabalhadas as candidaturas no Maranhão? O PDT apoiará a candidata que tem no Maranhão o apoio do seu principal adversário, o senador José Sarney (PMDB-AP), ou o senhor vai apoiar o Serra?

Jackson Lago – Nós estamos analisando os fatos. Há Estados que têm a suas características. O Maranhão é um estado sui generis, porque não conseguiu a alternância de poder, mesmo depois do final da ditadura militar. Ficamos por 40 anos sem alternância de poder. Então, temos aqui uma política muito dirigida aos interesses do Estado que já foi grande produtor, que era exportador de arroz para dezenas de Estados do nosso país e que hoje é um importador e exportador de gente. Aqui nós vamos fazer aquilo que for importante para a libertação do Maranhão.

Agenor Barbosa (O Imparcial) – Setores da oposição defendem um nome único para disputar o segundo turno. Essa é uma das propostas que tem sido discutida nos bastidores. O senhor abdicaria de uma candidatura para acompanhar um nome único da oposição?

Jackson Lago – Sempre disse desde a eleição passada que o ideal é fazermos um plebiscito no segundo turno. Então, é fazer tanto no segundo turno como no primeiro. Mas, também entendo, que é legítima as aspiração de qualquer maranhense de dirigir seu estado. Creio que se quiserem evoluir para uma candidatura única, aquele que tiver o maior respaldo popular e histórico compromisso com a cidade, terá nosso apoio.

Henrique Bóis (Central de Notícias) – Seus adversários diariamente envolvem pessoas que participaram da sua administração em escândalos de corrupção. Como o senhor avalia essas denúncias e como trabalhará com elas durante sua campanha?

Jackson Lago – Olha, todos os dias o jornal O Estado do Maranhão, da família Sarney, diz que Jackson desviou. Isso eu vi na última manchete que li, que eram setecentos e tantos milhões. Tem coisa que eles não têm mais nenhuma inibição em fazer. Eles dizem: não, ele não fez a ponte sobre o Tocantins. Mas, a ponte está lá, inaugurada por nós. Depois ela fez o acesso a ponte e tentou inaugurar. Estamos acostumados a essas calúnias e difamações. Quando sai da prefeitura (de São Luís) pela primeira vez, eles colocavam nos jornais, televisões e rádios que eu era o comandante do narcotráfico internacional. E não acontece nada com eles. Vocês viram agora, denunciaram esse ambiente de podridão no Senado e vai, vai, vai, mas eles têm vida longa. Sabem se agarrar. Estou acostumado a conviver com essas calúnias. Tenho uma vida limpa. Não construí nenhum patrimônio ao longo de minha vida pública. A única coisa que eu tenho é um apartamento onde moro. Essas coisas não pegam.

César Belo (Rádio Capital)-O Maranhão vive hoje uma situação preocupante. Na segurança se assiste a esse pavor, na educação outras barbaridades.Várias secretarias do governo do Estado estão desgovernadas. Contam até que seu avião atrasou porque uma passageira passou mal, mas preferiu voltar a desembarcar e buscar atendimento médico em São Luís. Como o senhor observa isso e qual sua proposta ainda durante a campanha para exorcizar esse governo ilegítimo?

Jackson Lago - Nós acreditamos que o governo tem que ser participativo. Se olharmos o que foi a secretaria de saúde do Estado em dois anos de governo, procurando conviver com todos os municípios, obedecendo rigorosamente a política do Sistema Único de Saúde, e com um programa de fazer cinco socorrões no interior em posições estratégicas para diminuir a pressão sobre os socorrões de São Luís e em Teresina, Tocantins e Belém. Deixamos o primeiro funcionando em Presidente Dutra. Deixamos o dinheiro depositado para fazer o de Pinheiro e de Imperatriz.Seriam três. Nos últimos dois anos de governo faríamos o do médio mearim e o de Balsas, no sul do Estado. Então esses cinco socorrões com serviço de urgência funcionando nós iríamos deixar de ter essa procissão de ambulâncias que faz o tormento e o sofrimento do nosso povo.
Se olharmos bem a questão da segurança, o que aconteceu? Houve uma proposta de implantação de uma política de segurança. Uma política de segurança com a participação popular. Como foi maravilhoso quando ia assistir a criação daqueles centros e olhar as lideranças dos bairros que estavam lá, com os delegados trabalhando integrados com os setores institucionais de segurança do estado. Todo mundo está vendo agora que os bairros do Rio de Janeiro estão querendo aqueles sistemas implantados em alguns deles, que é da convivência da instituição segurança com a população. É isso que estávamos fazendo aqui. Eles voltaram com aquele velho método de pensar que a cara feia e zangada do secretário resolve o problema da violência. Não resolve.

2 comentários:

Priscilla dos santos moreira disse...

jacksom eu acrcedito muito em voce e toda aquela historia de sarney eu acho muita mentira sempre gostei de voce desde garotinha bjss te amo vc e toda sua familia...

Anônimo disse...

jackson lago voce è o cara, voce È demais contamos com voce nâo se esqueça disso um grande abraço dos seus fieis eleitores de vila nova dos martirios

Postar um comentário

Comente aqui!!!