12 de mar. de 2010

Rio Corda

* Olimpio Cruz

Estreito, e como linha de um colar
Que enfeita o seio de uma linda amante
Desliza o corda, nma voz cantante
Há séculos caminhando sem parar.

Desce tranquilo em busca do alto mar
Oferece uma curva ao navegante
E cansado qual velho caminhante
No patrio Mearim vai se abrigar.

E já perdendo o curso, as próprias águas,
Canta o Corda a canção das suas máguas
E depois uma elegia triste assim:

-Esbarro aqui, às portas da cidade
Onde suspiro cheio de saudade
E morro me abrançando ao Mearim


* O barracordino Olímpio Cruz (1909-1996) é autor do livro "Cauiré Imana, o Cacique Rebelde" que relata o episódio da guerra entre índios e jezuítas no povoado Alto Alegre no Século XX. O poema "Rio Corda" faz parte do livro "Canção do Abandono" editado em 1953 pela Tipogadia M. Silva.  dedicado ao "inolvidável" Maranhão Sobrinho. Na époc era prefeito de Barra do Corda o senhor Manoel melo Milhomem, ancestral do deputado estadual Carlos Alberto Milhomem.


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