7 de abr. de 2010

Testamento do Judas 2010 - Laborarte

Zeca Tocantins e Samuel Barreto

I

Bem-vindos sejam bem-vindos
A essa hora fatal
Onde o PT adormece
Na maior cara-de-pau
Nos braços de Roseana
Quem diria que esse drama
Terminasse em bacanal.


II
Mas hoje tudo é possível
É impossível negar;
É preto virando branco
E o vermelho amarelar.
No meio a tanta mistura
Essa pobre criatura
Não tem a quem apelar.


III
Chamai o testamenteiro
Que agora em vossa presença
Dividirei a herança
Conforme dita a sentença.
Já escolhi meus herdeiros
Todos falsos, trapaceiros
Aonde o crime compensa.

IV
E que essa corja de gente
Precisa de assessoria
Estão de volta ao trabalho
Tudo que apodrecia.
Parece truque de mágico
Pois tudo que não prestava
Voltou a ter serventia.

V
Como tudo tá sem jeito
Neste cenário eu faço
Partilha sem embaraço
Pra essa gente da ralé
Que trama tudo na vida
Sem ligar para a ferida
Que tá na ponta do pé.

VI
Entrego Luis Bulcão
E também a seus confrades
Pra ele mamar babando
O pau de Jorge Murad.
São os ossos do oficio
E tudo em nome da arte.

VII
Esse pobre secretário
Há muito que se perdeu
Pensa que nossa cultura
Só existe na Madre Deus.
Tá pior do que ruim
Vê se sai desse “mundim”
Que o Maranhão já cresceu.

VIII
Nossos Pontos de Cultura
Do meu belo Maranhão
Fica o livro de armação
Que fabrica resultado
Basta ser um baba ovo
Calhorda metido a novo
Que será um premiado.

IX
Darei para Fidel Castro
Fazer de Cuba um asilo
Um trem em velocidade
Rodando fora dos trilhos.
Que aquele povo, cortado
Comeu o pão do diabo
Não mais do velho caudilho.

X
Deixo gestos solidários
Ao povo venezuelano
Que sofrem neste momento
Como o povo haitiano.
O país foi à falência
Calou-se a boca da imprensa
Nas leis de Chávez, o tirano.

XI
Vou deixar meu megafone
Pras vozes da liberdade.
Que são poucas mais existem
No país de Hugo Chávez.
Esse caudilho cretino
Até nas de ensino
Tem ele feito bobagem.

XII
Mando um gole de otimismo
Para a crise do Japão
Que o país se meteu
Na mais grave recessão.
Ou japonês abre os olhos
Ou a China lhes engole
Em disparada ascensão.

XIII
Quando Lula e o partido
Escancharam no poder
Aquele que veio do povo
Mandou se fuder.
Até o nome “pelego”
Nunca mais teve emprego
Da vergonha de te dizer.

XIV
Deixo para esse partido
De glorioso passado
O título de garantir
O Sarney lá no Senado.
Pois o Sarney e o Lula
È como carne e a unha
O resto é papo furado.

XV
E para Dilma Rousseft
Subir a rampa da esplanada
Vou entregar o PAC dois
Que o primeiro deu em nada.
Digo sem pedir segredo
Essa máquina do governo
Sempre foi enferrujada.

XVI
Na era dos populistas
Que adoram contar piadas
Deixo a turma do Didi
Num domingo entediado.
É como diz dona Ana
A graça desse programa
É não ter graça de nada.

XVII
Todos estes profissionais
Enfrentam um momento crítico
Pois os melhores humoristas
Estão nos meios políticos.
Ao Tom e ao Chico Anísio
Vou deixar um bom realise
Dos textos de Arnol Rodrigues.

XVIII
Em uma conta secreta
Aberta no exterior.
Deixo lá depositado
Tudo que se desviou
Dos cofres do Maranhão
Numa mega operação
O povo é quem se lascou.

XIX
Quero agora informar
Meu poder de devoção
Quando falo de eleição
Esqueço até que tem lei
Monteiro foi a parteira
Se vendeu com Macaxeira
Para a família Sarney.

XX
Pra o Washington Macaxeira
Meu discípulo preferido
Que dirige o partido
Pra seu plano pessoal
Só que o projeto desse gay
É dá cú pro Sarney
Nas areias do calhau

XXI
Se o Dutra ama Jackson
E Washington a Roseana
Quem iria amar o Flávio
Nessa pátria de bonecos.
Dou minha bota engraxada
Pra ele pegar a estrada
Por essas léguas tiranas

XXII
Manipula presidente
Negocia a votação
Isso é o que o PMDB
Vem fazendo com a nação.
Espero que esse partido
Receba um grande castigo
Nesta próxima eleição

XXIII
O mascarado Michael Jackson
Que guardei lá na dispensa
Deixo para combater
O vírus da influenza.
Que o islamismo arbritário
No Egito condenaram
Porcos a pior sentença.

XXIV
E para a gripe influenza
Não se instalar por aqui;
Eu consulto e recomendo
Chá de casca de piqui.
Tome três litros ao dia
A dor do corpo alivia
E a febre chega ao fim.

XXV
Para suprir de UTIS
Os hospitais da cidade.
Mando para Imperatriz
Um roteiro de saudade.
A saúde anda doente
Essa queixa tão freqüente
Já virou calamidade

XXVI
Comendo em prato cuspido
Segue a turma dos balaios
Na política da nossa mãe branca.
O Grita vai com Jesus
Faz orações e carrega a cruz
È com milagre que consegue ressuscitar
Os 100 mil do ano passado

XXVII
Pra turma do carnaval
Que gosta de reboleixo
Pra essa turma eu deixo
Os meus versos, as minhas liras
E minha bengala de ouro
Pra meter no anel de couro
No rabo desses qualhiras

XXVIII
Deixo o manto marrom
Para uma velha cantora
Traíra e sedutora
De cintura magistral
Pra cobri aquilo tudo
Aquele bucho taludo
Vergonha do carnaval.

XXIX
No tributo a Nelson Brito
Deixo sem caricatura
Mestre Patinho mostrando
Com grande desenvoltura
Numa performance engraçada
Um bicho não identificado
Mas todo cheio de frescura.

XXX
Pro São João 2010
Deixo um projeto inovador
Quero ver a ilha Bumbá
Com abadá e trio elétrico
Boi de verdade tem que rebolar.
O nosso turismo duplica
E pra isso só basta o Barrica

XXXI
Pra turma daquele bar
Que faz a vida é uma festa
Cantando boi e seresta
E de tudo achando graça
Vou deixar o meu charuto
Praquele bando de puto
Cobrir o céu com fumaça

XXXII
Pra minha professora Marques
Fica contrato pombudo
Que passou a ser escudo
Depois da cor real
Briga, xinga e devora
Canta, lamenta e chora
Afirmando ser normal?

XXIII
Fica então a minha bota
Para a linda Patativa
Pra mostrar que é ativa
Sem gostar de confusão
Botar fogo no terreiro
Tocar samba o ano inteiro
De bota e samba-canção

XXXIV
Depois de concluído meu oficio
Já é chegada a hora
De queimar todos os meus vícios
Ardem-me as entranhas
A quentura do fogo infernal
Despeço-me de todos os sacanas
Que dão vida a este bacanal

XXXV
E as cinzas serão jogadas
Nas bucetas mais descentes
De freiras, madames e crentes
Pra mostrar o meu valor.
E todas serão louvadas
Amadas e bem saciadas
Na vara de um traidor.

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