24 de jun. de 2010

Em meio a rusga com PT, PMDB lança Roseana Sarney ao governo do Maranhão

     A regional maranhense do PMDB realiza nesta quinta-feira (24) sua convenção em meio a rusgas com o PT e incertezas sobre quem serão os adversários de Roseana Sarney, candidata do partido à reeleição, na disputa pelo governo do Estado. Além da filha de Sarney, o PMDB lança também o senador Edison Lobão, ex-ministro das Minas e Energia, como candidato à reeleição no Senado.
      O principal concorrente de Roseana é o deputado federal Flávio Dino (PCdoB-MA), que havia conseguido formar uma aliança com o PT do Maranhão. No entanto, pressionada pelo senador José Sarney (PMDB), a executiva nacional petista interviu no Estado, desmanchando a coligação com o candidato comunista e declarando apoio formal à filha de Sarney.
     O episódio resultou em uma greve de fome realizada pelo deputado federal Domingos Dutra (PT-MA) por Manoel da Conceição, um dos fundadores do PT no Maranhão, e pela ex-deputada federal e secretária de estado do Trabalho do governo Jackson Lago, Terezinha Rernandes . Todos suspenderam o ato depois que a sigla os liberou para apoiarem individualmente o candidato do PCdoB.
     Apesar disso, os petistas contrários ao apoio da sigla a Roseana prometem entrar novamente com uma representação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra a intervenção da executiva nacional do partido.
     Após a intervenção, Dino passou a negociar com outras siglas, como o PSDB de José Serra, concorrente de Dilma Rousseff (PT) na corrida pelo Palácio do Planalto. O objetivo é formar um frente única contra a candidatura da filha de José Sarney, cuja família domina há quatro décadas a vida política no Estado.
     Roseana assumiu o cargo de governadora em março de 2009, após a cassação de Jackson Lago (PDT), acusado de abuso de poder político. Não é de hoje que as trajetórias de Lago e Roseana se cruzam no Estado. Em 2006, ao ser eleito, o ex-prefeito da capital São Luiz havia derrotado a hoje peemedebista (à época no PFL, atual DEM) no segundo turno com 51,8% dos votos válidos, ante 48,1% de sua oponente.
     Não se sabe qual dos dois, Dino ou Lago, encabecerá uma eventual candidatura única. Pesa contra Lago a aprovação do projeto Ficha Limpa, que impede a candidatura de políticos que tenham sido condenados por órgãos colegiados. A palavra final, no entanto, depende de uma avaliação caso a caso feita pela Justiça Eleitoral.
Troca de favores
     Sarney foi um dos principais fiadores da aliança entre PMDB e PT em nível nacional; Dilma, candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa pela Presidência da República, tem como vice o deputado federal Michel Temer (PMDB-SP).
     Ainda em 2006, quando disputava a reeleição, Lula dera declarações de apoio a Roseana para afagar o pai, que posteriormente viria a ser presidente do Senado. Tratava-se de um prenúncio do que seria o segundo mandato do petista, tocado em coalizão com o PMDB no Congresso.
     Além de um dos dois (ou ambos) candidatos de esquerda, Roseana deve enfrentar também o deputado federal Roberto Rocha (PSDB-MA). Segundo uma pesquisa do Instituto Sensus divulgada em dezembro do ano passado; Rocha tem somente 3,9% das intenções de voto, contra 10,1% de Dino, 24,6% de Lago e 49,8% de Roseana.
     Já um estudo do Data Mérida, divulgado no início deste mês, aponta Lago na liderança com 46,6% da preferência do eleitorado, contra 37,6% de Roseana e 7,1% de Dino.
     A candidatura de Roseana conta ainda com o apoio do DEM. Porém, a executiva nacional da sigla decidiu, na noite de quarta-feira (23), que também irá intervir no Estado para retirar o apoio local à candidata do PMDB.
     Se concretizada, a medida será uma reação à outra intervenção, desta vez do PMDB, em Santa Catarina, onde o presidente estadual da legenda, Eduardo Moreira, desistiu de se candidatar para sair como vice de Raimundo Colombo (DEM).
Da UOL

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