6 de jul. de 2010

Com excecão de Guilherme Leal, patrimônio de candidatos é irrisório diante de gastos de campanha

     Pela declaração de bens apresentada pelos candidatos a vice-presidente e presidente da República observa-se que a política não é uma atividade rentável. Se depreende também que ela é tão-somente uma paixão nacional, assim como o samba, futebol, mulata, cerveja e outras espécies do nosso caráter de traço cultural diversificado.
     Há contradições óbvias entre o patrimônio das grandes expressões políticas nacionais com os que desempenham outras atividades que independem do voto popular, mas apenas de sua arpovação.
     No geral os vice são mais ricos que os titulares. Ao menos em bens declarados. Com excessão de Guilherme Leal. 
     O deputado federal Michel Temer (PMDB), por exemplo, três vezes presidente da Câmara Federal acumulou em mais de um quarto de século de vida pública como parlamentar um patrimônio declarado de pouco mais de R$ 6 milhões. A soma é irrisório se comparada com a do vice da ambientalista Marina Silva (PV), o empresário Guilherme Leal, dono da Natura.     
     Candidato a vice-presidente na chapa da petista Dilma Rousseff, segundo declarou Temer seu patrimônio acumulado durante sua vida pública se restringe a um prédio em São Paulo no valor de R$ 720 mil; um carro audio, ano de fabricação 2003, avaliado em R$ 282 mil, e mais R$ 1,2 milhão em aplicações financeiras, entre outros bens.
     Guilherme Leal tem bens avaliados em R$ 1,197 bilhão. Sendo, R$ 658 milhões em aplicações financeiras; apartamento de R$ 1,7 milhão e duas casas de veraneo de R$ 1,5 milhão em São Paulo; dois terrenos em Ilha Bela (São Paulo), avaliados em R$ 21 mil, juntos; lancha de R$ 608 mil; um espaço na marina do Iate clube de Santos no valor de R$ 127 mil; e R$ 5,7 milhões em joias e obras de arte.
    O jovem deputado federal Índio da Costa (DEM), vice de Serra, acumulou mais que o titular em sua breve biografia pública, ainda anônima em escala nacional. Costa declarou bens avaliados em R$ 1,448 milhões, sendo estes representados por um ultraleve, uma embarcação, dois terrenos e R$ 41,7 mil em fundo de investimento financeiro.
     A ex-ministra de Minas e Energia e Casa Civil; e, três vezes secretária de estado no Rio Grande do Sul, Dilma Rousseff, por exemplo, declarou patrimônio de R$ 1,7 milhão. Entre outros possui três apartamentos, uma casa, um lote, R$ 53 mil em joias e R$ 113 mil em dinheiro vivo.
     José Serra, ex-ministro da Saúde e ex-governador do Estado de São Paulo, declarou patrimônio avaliado em pouco mais que Dilma. Avaliado em R$ 1,42 milhão, o patrimônio do tucano inclui três salas comerciais, uma casa de veraneio avaliada, R$ 3,55 mil em poupança e R$ 240,67 em fundo de investimento financeiro, entre outros.
     Pobre de maré é a senadora Marina Silva, candidata do Partido Verde. Segundo declarou tem patrimônio de R$ 149,3 mil, diluído em uma casa no acre no valor de R$ 60 mil; R$ 47 mil de saldo em conta corrente e seis lotes de terra no valor de R$ 42 mil, entre outros.
     Diante dos quase meio bilhão de reais (R$ 427 milhões, segundo previsão de gastos dos três)  que irão gastar em campanha, Guilherme Leal aparentemente não está em seu ambiente natural. Ou isso tudo não passa de perfumaria.

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