29 de set. de 2010

Marcos Silva se destaca no debate da TV Mirante entre candidatos ao governo do estado


     O candidato do PSTU, Marcos Silva, se destacou durante o debate da TV Mirante na noite de terça-feira, 28, entre os cinco candidatos ao governo do Maranhão. Silva, que tenta pela quarta vez chegar ao Palácio dos Leões desde o primeiro bloco do debate mostrou segurança e transparência em suas explanações sobre problemas do estado e programa de governo.
     Na antítese esteve a governadora Roseana Sarney (PMDB) que se assemelha a Silva na tentativa de chegar ao quarto mandato.
     Como uma senhorinha por várias vezes a aliada de Lula pediu respeito, demonstrando distanciamento com a função pública diante das críticas verdadeiras encetadas pelo também socialista Saulo Ancângeli, candidato do PSOL.
      "Isso é uma inverdade", iniciou sua fala a governadora ao dar resposta ao pedetista Jackson Lago sobre a paralisação do PAC-ANIL. Em seu programa de governo promete acelerar o projeto, iniciado em 2008 com menos de 20% das obras concluídas após modificação do projeto original.
     O candidato do PCdoB, Flávio Dino, no segundo bloco do debate tirou a muleta de Roseana, sublinhando a declaração da mesma de que quem faz as coisas no Maranhão é o presidente Lula através dos programas do governo federal. "O governo federal faz e a senhora bota a placa", alfinetou Dino.
     Roseana reconheceu que teve como aliado o presidente tucano Fernando Henrique Cardoso. "Na época de Fernando Henrique ele não olhava para o Maranhão como Lula olha hoje. Fui sua aliada, mas hoje posso dizer isso", rebateu a filha do senador José Sarney (PMDB).
     O modelo de governo proposto pela peemedebista foi consensual entre os outros candidatos. "A ideia dos grandes projetos, governar para os grandes, levando ao abandono a população" eis o rótulo do modelo.
     "O Maranhão é um estado pobre. Está situado na região mais pobre do país, que é o nordeste brasileiro. Assim como o Brasil que é um estado pobre", justificou a governadora diante da acusação de Flávio Dino sobre a responsabilidade do grupo político a que ela pertence sobre o estado de pobreza do estado.
     Roseana transferiu para o governador Pedro Neiva de Santana a autoria da Lei da Terra, processo de ocupação do território maranhense por estrangeiro desencadeado no governo Sarney.
     A governadora reclamou do retrovisor usado pelos candidatos da oposição. Por outro lado, puxou para si a autoria de projetos como a Ferrovia Norte-Sul, e o polo agroindustrial de Balsas.
     "Há uma torcida no Brasil para que o Maranhão se liberte da oligarquia de uma família", frisou Marcos Silva, sugerindo que a direção do governo seja entregue aos conselhos populares. "Só os trabalhadores organizados podem livrar esse estado domínio de uma família", concluiu.
     Saulo Arcangeli desferiu acusações contra os ex-governadores e o Flávio Dino. Emparedou o comunista na questão da saúde em Caxias, quando citou seus laços políticos com o prefeito de Caxias e proprietário de fundação de saúde, Humberto Coutinho. A questão levantada deixou Dino titubeante. Arcageli responsabilizou o pedetista Jackson Lago por inflar a especulação imobiliária na região das praias com a modificação do Plano Diretor que beneficiou construtoras. "Infelizmente o senhor não soube planejar a cidade de São Luís", afirmou o candidato do PSOL.
     A borduna na candidata da coligação "O Maranhão não pode parar" veio através de Marcos Silva já no quarto bloco. Ao indagar sobre um sentimento de remorso que poderia ter acometida a filha do senador José Sarney ao privatizar o BEM e a Cemar obteve a resposta de que a empresa de energia foi vendida para que o governo pudesse fazer os Vivas.
     No mesmo diapasão tratou a questão da cultura citando o descaso com a Biblioteca Pública Benedito Leite, fechada desde o início da terceira gestão de Roseana Sarney. Enfim, apesar de morno o debate - o único da campanha- procurou sede em todos, tanto candidatos como eleitores. Pena que no portal do Sistema Mirante de Comunicação não foi postado nem um compacto do debate.

Algumas ideias de Marcos Silva
Sobre Segurança
"Lamentavelmente parte de nossos jovens e mulheres e são jogados a drogas, ao desemprego, sem esperança no futuro em função da situação social que vive nosso estado. Um estado que deixa mais de 19% da população com mais de 15 anos sem saber ler ou escrever, é um estado que sem dúvida alguma trata de forma perversa"

Sobre desenvolvimento econômico
"Nosso estado tem muitas riquezas naturais. Sem dúvida nenhuma há uma grande quantidade de água, de recursos naturais e uma população com muita vontade de trabalhar. Ele precisa de um processo de desenvolvimento econômico. Historicamente nosso estado tem se vinculado aos grandes projetos. Primeiramente no final da década de 60 quando o governador José Sarney aplicou no Maranhão a lei da terra, trazendo grandes empresários para tomar conta das terras, expulsando o homem do campo. A segunda questão passa pelo processo de liquidação de empresas, feita exatamente pelo FHC e pela ex-governadora Roseana Sarney. Esse processo vai de 95 até 2002. Liquidaram toda a agricultura, a Copema, privatizaram o Banco do Estado e a Cemar, fazendo com que nossa economia reduzisse e que o nosso povo ficasse no desemprego".

Sobre a Lei da Terra
"Na verdade a candidata foi mal orientada pelo Duda Mendonça traz uma questão que não é o Marcos Silva que afirma isso, porque na verdade eu era apenas uma criança na época. Mas a senhora pode pegar os estudiosos, pesquisadores da Universidade Federal do Maranhão - Wagner Cabral e Fátima Gonçalves-que vão demonstrar quando foi esse processo em 69 através da Lei da Terra que criou a violência no Maranhão através do latifúndio.
Desenvolvimento econômico também o Marcos Silva não ensinou para ela. Desenvolver economia significa gerar alimentos, no setor primário, com incentivo à agricultura. Da mesma forma no setor secundário, industrializar o nosso estado. Não como a Kao I de Rosário, que não deu certo, mas trazer indústria de calçados, vestuários e de alimentação. “Assim você constrói uma economia forte, baseada na pequena e média produção”.

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