17 de dez. de 2010

Secom distorce dados do Caged para festejar queda de emprego na construção civil e agropecuária

    Há distorções intencionais na divulgação de que o Maranhão é o estado que mais criou emprego este ano. A reportagem divulgada pela Secretaria de Estado da Comunicação, SECOM, informa que, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, Caged, do Ministério do Trabalho, entre janeiro e novembro deste ano foram criados 34.344 empregos no estado, um crescimento de mais de 10,12%. Proporcionalmente, é o terceiro melhor desempenho do país, afirma o texto divulgado pela SECOM.
    No mesmo período, o Ceará, por exemplo, abriu 73.143 postos de trabalho. Com população de dois milhões a mais que o Maranhão, o estado do Nordeste comemora o melhor resultado de toda a série histórica do Caged, iniciada em 1999.
    Com megaprojetos anunciados e em andamento - como a Usina Hidrelétrica de Estreito e a Refinaria Premium da Petrobras, em Bacabeira - e festejados pelos políticos alinhados ao senador José Sarney (PMDB-AP) como panaceia para um salto no futuro, comparativamente o estado ainda amarga números em desvantagem. Na construção civil, principal escoadouro de mão de obra no governo Lula, não há motivos para festejar.
    Assim como a pecuária o setor registrou queda no número de empregos no estado, numa movimentação considerada normal pelo secretário de Estado de Trabalho, José Antonio Heluy. “O fim de ano representa a entressafra agrícola, com uma desmobilização de trabalhadores do setor. Na construção civil, acontece a mesma coisa, mas são sazonalidades já esperadas”, informou o secretário. Em junho a Petrobras assinou contrato para dar início aos trabalhos de terraplenagem da Refinaria de Bacabeira no valor de R$ 711 milhões, com conclusão em 18 meses. No pico da obra a promessa abrir 3.500 vagas de trabalho.
    Novamente tomando o Ceará como exemplo, entre janeiro e novembro deste ano no estado foram abertas 15.764 vagas, mais de cinco mil em relação a 2009 quando foram abertas 10.579 vagas.
    Por outro lado, a reportagem justifica a boa posição de Rondônia, que vive o fenômeno da instalação de duas hidrelétricas no Estado, no ranking de geração de emprego.

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