8 de abr. de 2010

Alcione grava DVD com participação de grande público e patrocínio de Roseana

Amiga do rei, mais precisamente da rainha, a sambista maranhense Alcione, a Marrom, realizou a primeira gravação de DVD em solo natal após quase quarenta anos de carreira. Escolheu como o set de filmagem do trabalho a Praça Maria Aragão, projeto do comunista Oscar Neimeyer executado pelo na época prefeito de São Luís, Jackson Lago (PDT).

Ao grande público que compareceu para prestigiar seu talento, Alcione descortinou o que era sabido: os laços de camaradagens com a governadora do estado, Roseana Sarney (PMDB), sustentaram o patrocínio da empreitada. Por seu lado, o governo do estado preferiu acobertar da massa presente e assim evitar aparições institucionais, inéditas em peça dessa natureza, do soberbo patrocínio estatal.

Os recursos para bancar a grande estrutura exaltada pela cantora partiram da Secretaria de Estado de Comunicação. Habituada a escandalizar seus apoios financeiros em peças multicoloridas, a SECOM optou por uma discrição traduzível. Sequer uma flâmula, um balãozinho figurou no espaço do show. Apenas as cores institucionais adotadas pelo governo da filha do senador José Sarney eram sugeridas na boca do grande palco.

Dona de uma carreira sólida no país e internacionalmente, Alcione não precisou rogar apoios governamentais ou privados no Maranhão. Preferiu o atalho das relações pessoais para concretizar seu sonho quase extemporâneo de gravar um DVD em sua terra. Às entrevistas alertou: outros virão.

Entre seus planos de futuro, a cantora pensa em alternar seu domicílio entre São Luís e o Rio de Janeiro. É previsível saber quais as condicionantes para que tal projeto seja tocado. Considerando o primeiro agradecimento, em nível pessoal, à realização do projeto de gravação do DVD, para que São Luís seja sua Pasárgada, a sambista prefere e trabalhará para que a rainha se perpetue.

Assessores seus dizem que para esse futuro já está no papel: o projeto de instalar uma escola de música em uma área ampla nas proximidades do bairro do Maiobão. Para isso aguarda a boa vontade da pedetista Bia Aroso, prefeita de Paço do Lumiar, município de jurisdição da área.

Até hoje não é notório qualquer envolvimento da artista com projetos sociais em solo maranhense. Salvo relampejante passagem pelo projeto Manguerê, experiência malograda no bairro do João Paulo que teve como padrinho o cantor e compositor Zeca Baleiro, o envolvimento de Alcione com trabalhos de cunho social no estado é incipiente. Bem diferente, porém, do que faz no Rio de Janeiro.

Talvez não concorde que miséria seja miséria em qualquer parte, mas Alcione é sabedora de que riquezas são diferentes, dependendo de que as detém e acumulada por quais meios. De qualquer forma, VIVA O SAMBA,  um novo mote publicitário.

1 comentários:

Anônimo disse...

Perfeito,meu caro Bóis, o texto analítico sobre a conterrânea Alcione. Com precisão cirúrgica vc
enfatiza os laços que envolvem a cantora e o clã Sarney.
Mto bom os comentários. Um forte abraço.

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