21 de jul. de 2010

Disputa no campo político contamina campos esportivos e torcidas no MA

     Na Copa de 1970, a primeira disputada fora da América do Sul e da Europa, os maranhenses foram recebido em Teresina (PI), com faixas de gozação: "Bem-vindos ao México", estampavam as faixas na entrada da cidade, além Parnaíba.
     Os torcedores atravessaram o Velho Monge (o rio Parnaíba) para  assistir na tevê  às partidas -transmitidas ao vivo em preto e branco Via Embratel -  que deram o terceiro título ao Brasil e a posse da Taça Jules Rimet (roubada no Rio em 1983). 
     Trinta anos depois motivaremos outros chistes. Na noite desta quarta-feira os times maranhenses Sampaio Correa e JV Lideral jogam pela quarta divisão do Campeonato Brasileiro. Será no Estádio Alberto Silva, em Teresina, distante 420 Km de São Luís. Motivo: não há campo no Maranhão para a realização da partida. O endereço do jogo foi determinado pela diretoria de competições da CBF. Pelo que se sabe até agora, não há faixas no Albertão. A medida envergonha os desportistas do Estado e a todos os maranhenses por extensão.
Desportista
     Quando assumiu o governo por ordem judicial, Roseana Sarney (PMDB) colocou no comando da Secretaria de Estado de Esporte e Juventude o presidente municipal do PMDB, Roberto Costa, escolhido a dedo pelo vice-governador João Alberto. Costa sucedeu na secretaria Weverton Rocha que, como ele, têm raízes no movimento estudantil com viés esportivo.
     Uma das primeiras medidas do secretário de Roseana foi alardear o suposto desvio de milhões e milhões destinados à reforma do Estádio Castelão e Ginásio Costa Rodrigues. As obras do ginásio, então em andamento, foram paralisadas por determinação do secretário. O material que se encontrava ao lado do ginásio foi recolhido não se sabe para onde. Rocha jura que pagou adiantado, cético com o ditado "quem paga adiantado merece ser roubado".  Ainda mais diante do valor da obra: R$ 5 milhões.
     Através do Sistema Mirante, Roberto Costa acusou Weverton Rocha de corrupção braba, anunciando uma auditoria e participação do Ministério Público Estadual no desvendar do mistério. Ainda hoje nada do desfecho da novela Costa Rodrigues.
     Já sobre o Castelão a história se repete. Weverton Rocha afirma que faltavam somente as cadeiras para que a obra fosse entregue. O estádio construído por João Castelo e que o auto-homenageia está com as portas fechadas para os desportistas e a torcida maranhense há meia década.
     No semestre passado, Roseana Sarney foi até Imperatriz inaugurar o Estádio Frei Epifâneo. Amarelou diante da torcida por Jackson Lago (PDT), adversário no campo político, e não deu o ponta pé inicial da partida inaugural do estádio. Passou a bola para João Alberto, o vice, que enfrentou a galera, e as vaias.
     A exigência de laudos foi o motivo da transferência da partida entre os times de Imperatriz e de São Luís. O mando de campo é boliviano. A partida dos dois times locais no Albertão cora de vergonha os maranhenses e mostra a que ponto pode chegar a política predadória no Estado.

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