23 de ago. de 2010

Zeca Baleiro no 13 da sorte

     O número 13, para muitos, é sinal de mau agouro. Não para Zeca Baleiro. O cantor, aproveitando os 13 anos do lançamento do seu primeiro disco, Por Onde Andará Stephen Fry?, lança uma série de produtos, de todos os tipos e para todos os credos.
     Com o nome de série Vocês Vão Ter que me Engolir, livros, discos, espetáculo teatral infantil e programa de rádio foram lançados. Entre eles, destaca-se Concerto, disco que equaliza essa faceta pluralizada.
     Gravado ao vivo em show realizado em março no Teatro Fecap, em São Paulo, o álbum é uma miscelânea que ultrapassa as características gerais dos seus últimos trabalhos, mas ressalta, no geral, o poder de Baleiro como cronista musical.
     De Cartola, o cantor segue para Camisa de Vênus, passeia por Assis Valente e chega até Foo Fighters. De inéditas na voz dele, estão A Depender de Mim e Canção Para Ninar Neguim. Esta última, escrita em 1993 por Baleiro em homenagem a Michael Jackson.
     Feita quando começaram a brotar os comentários sobre pedofilia, a canção é um acalanto ao ‘neguinho''. Versos como "Preto, pretinho, eu sou do gueto/ branquinho de alma negra como tu", fazem uma bonita homenagem à estrela que estorou no mundo e desvanesceu sem ser completamente compreendido e aceito.
     No som, dois violões, de Sawawi Jr. e Tuco Marcondes, que vão do pop ao tradicional, variando pelo que Baleiro entoa.
Diversão pura nas letras - o que nunca falta nos trabalhos de Baleiro - se encontra, por exemplo, nos versos de Armário. A música conta a história de dois homossexuais namorados. Um assumido e um enrustido. O primeiro pede para o outro sair do armário, que lá só tem bolor. Com "medo da mamy, medo do dad e do irmão, que já foi skinhead", o enrustido pede para que o amor fique no armário com ele.
     Para fechar na introspecção poética, outra das boas pechas do compositor e intérprete, o álbum termina com a árida Mais Um Dia Cinza em São Paulo, em que a solidão da cidade de pedra é "flor de malmequer".
     Até o fim do ano, mais projetos contemplarão o ano de sorte de Baleiro. No pacote, um disco de inéditas, um infantil com diversos convidados e outro de sambas.
Se o 13 passar por aí, não pense em azar. Pode ser Zeca Baleiro trazendo festa.
Do Diário do ABC

1 comentários:

Bel disse...

O aniversário é dele e o presente nós é que ganhamos!
Salve Zeca!

Postar um comentário

Comente aqui!!!