12 de abr. de 2011

Desvio da Funasa no Amapá reforçou caixa de campanha do PMDB de Sarney

    Mais de R$ 6 milhões foram desviados da Funasa, no Amapá, entre os anos de 2006 e 2008. Há indícios de que parte desse dinheiro reforçou o caixa do PMDB em campanhas eleitorais.
    Após dois anos de investigação a Polícia Federal começou a desmantelar semana passada a quadrilha que desviava o dinheiro que deveria ser aplicado em obras de saneamento nas aldeias indígenas, compra de medicamentos, transporte dos índios doentes para Macapá, atendimento médico e pagamento dos agentes indígenas de saúde.
    No período mais de 20 índios morreram por falta de remédios ou atendimento médico.
    Policiais federais e técnicos da Controladoria Geral da União constataram que nem mesmo o tão comum soro antiofídico foi comprado para as aldeias embora houvesse recursos para isso. “Constatou-se também a falta de medicamentos vitais. O serviço de assistência à saúde indígena foi encontrado em total abandono.
    Num último momento, não suportando mais a ausência de pagamento, os agentes de saúde indígenas paralisaram suas atividades”, informou hoje a Polícia Federal em nota à imprensa.
    De acordo com a Polícia Federal, Eli Soares Mendes, funcionário da Associação dos Povos Indígenas do Tumucumaque (Apitu) era o gestor de um convênio entre Apitu e Funasa. Ele recebia a verba para ser aplicada nos serviços das aldeias, atestava que os serviços estavam sendo executados, mas nenhuma obra ou serviços foram realizados no período. Eli foi preso quinta-feira, 7, em Macapá.
    Uma fonte do blog disse que ele estaria negociando a delação premiada. Se assim for feito ele, segundo a mesma fonte, dará nomes de políticos para os quais entregava o dinheiro que deveria ser usado em benefício dos índios.
    No sábado,7, a Polícia Federal prendeu em Salvador-BA, os empresários Henry Willians Rizzardi e Andréia Fernandes Gonçalves. No mesmo dia foram recambiados para Macapá.
    O casal é dono de uma empresa de consultoria, a AFG Consultores, que teria recebido mais de R$ 600 mil por um projeto na área de saúde indígena. Recebeu mas não executou o projeto.
    A AFG, segundo seu sítio na Internet, desenvolve projetos nas áreas de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, Preservação do Meio Ambiente, Energias Alternativas, Projetos Sustentáveis, Mercado de Carbono e demais atividades que promovam o desenvolvimento das sociedades, inclusão social, saúde pública e meio ambiente, atuando junto a organizações e empresas privadas, governamentais e do terceiro setor.
    Há informações de que Rizzardi costuma se apresentar em prefeituras do interior como representante de grandes empresas para abrir as portas para a AFG. A Organoeste, empresa especializada na aplicação de biotecnologia para degradação acelerada de resíduos orgânicos, chegou a entrar com uma ação Tribunal de Justiça em Brasília (Processo número 2009.01.1.123428-2 Sexta Vara Cível), para proibir Rizzardi de falar em seu nome.
    Eli Mendes, Henry Willians Rizzardi e Andréia Fernandes Gonçalves estão presos no Iapen. Denunciados pelo Ministério Público Federal pelos crimes de peculato e estelionato, se condenados eles podem pegar até 12 anos de prisão.
Do Blog da Alcinéa Cavalcanti

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