16 de mai. de 2011

Bulcão é vaiado na abertura da VI Semana de Teatro do Maranhão

   O secretário de estado da Cultura, Luiz Henrique Bulcão, foi vaiado pela plateia na abertura da VI Semana de Teatro do Maranhão na noite desta segunda-feira,16, no Teatro Arthur Azevedo. Antes, o diretor do TAA e cantor do Boi Barrica, Roberto Brandão, havia sido interrompido em seu discurso pelos protestos de um ator instalado na galeria do teatro.
    Na noite em que a principal atração seria o espetáculo "Quando ando em pedaços ou notas sobre minha mãe", da coreógrafa Paula Pi", Brandão e Bulcão se transformaram nos personagens principais de um cena grotesca.
    O script sofrível começou com a apresentação de um casal que no extremo do formalismo, lembrava as formaturas de colégios americanos em filmes B de hollywood, ou os antigos festivais da Record,lá atrás no anos de chumbo no Brasil. 
    Com direito a vestido preto sobressaindo detalhes cintilantes, a apresentadora esfaqueou a gramática na primeira frase: "Há três meses atrás", redundou, trilhando depois em boa dicção o texto pedrogoso conjugado na terceira pessoa do plural. Não na visão dos atores do teatro, mas dos gestores da cultura no estado. 
    Premeditadamente lançando faspas às edições anteriores da semana, o texto se aluvava mais a uma cerimônia de assinatura de convênio do naipe do Minhas Casa, Minha Vida que a arte de Baco, segundo passagem constante no mesmo. À propósito, no palco estavam perfilados o ex e o atual superintendentes da Caixa, patrocinadora do evento.
    Zé Carlos da Caixa, hoje deputado estadual pelo PT se esquivou das vaias, lançando uma campanha de recolhimento de abaixo-assinado para transformar o prédio de azulejo da esquina da rua de Nazaré, onde funciona a agência da Caixa, em um espaço cultural. Correligionário dos Sarney, sabe Zé Carlos da Caixa que a assinatura visível é aquela que tem voto de apoio no Congresso. De certa forma, não deixa de ser uma proposta alvissareira.
    Nan Souza, o criador e eterno presidente do São Luís Convention Bureau, caixa forte dos projetos da SECMA, foi hábil em apaziguar os ânimos.
    Sobrou mesmo foi para o crooner e o compositor do Barrica.
    Brandão superdimensionou o apoio da "sua" governadora Roseana Sarney (PMDB), realçando sua sensibilidade ao investir mais de R$ 500 mil na semana do teatro. Disparou o start do protesto e das vaias.Daí para frente a cena ganhou tonalidade felliniana. Contrangido o secretário de cultura de Açailândia buscava a invisibilidade no palco. Conseguiu diante de tamanha exposição de antipatia de Bulcão e Brandão. Podemos dizer que o bicho caiu por terra na solenidade.
    Depois de todo bafafá o espetáculo assistido pelo público presente perdeu o impacto. Seguindo a receita, o espetáculo não pode parar. E até domingo tem mais. 
Assista a vai a Bulcão:

1 comentários:

Gonzo Sade disse...

Samana passada, eu acho, uma criatura das sombras, em protesto ao descaso cultural que o Arthur Azevedo sofre, jogou um saco de bosta humana na platéia. Por ocasião ocorria alí uma apresentação de algum comediante cearense. Piada cearense no Grande Arthur Azevedo só pode ser piada. Onde estava a mesma criatura das sombras no momento do Bulcão?

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