28 de jul. de 2010

Canção do exílio

Luciana Martins *

no Escondido
o pequeno brejo
era meu Tejo

a folha do bananal
minha nau

sob o pé
de pitomba
de dor nem sombra

sem energia
estrela do céu
era guia

no Escondido
tempo ido
virava garapa doce

e o engenho
era vida
como se fosse

hoje a cor
do buriti
já perdi

que eu não morra
sem esperança
de ter entre os dentes

de novo
da macaúba
a sustança

*Luciana Martins é poeta maranhense. Poema do livro "espetáculo das sensações alheias" (Medusa) , 1993.

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