7 de jul. de 2010

Marcos Silva diz que mostrará na campanha os impactos da oligarquia na vida dos maranhenses

     O sindicalista Marcos Silva (foto),44 anos, será candidato ao governo do Estado do Maranhão pela terceira vez pelo Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado, PSTU, nas eleições deste ano. Ele foi o primeiro dos seis candidatos a pedir registro de candidatura junto ao Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão, TRE-MA, na segunda-feira, 5, prazo final dado pela legislação eleitoral.
     Junto com a candidatura de Marcos Silva o PSTU disputará vagas no Senado Federal, na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa do Maranhão “com um perfil de oposição de esquerda, classista e socialista”. Como previsão de gastos de campanha, o PSTU no Maranhão apresentou uma projeção de R$ 10 mil, individualmente, para cada um dos seis candidatos às eleições majoritárias e proporcionais. Por deliberação da direção nacional do partido é vedado o recebimento de recursos de empresas para campanha.
     Em entrevista ao jornalista deste blog, Marcos Silva falou sobre suas propostas de campanha, da disputa eleitoral no Maranhão e da conjuntura política no estado e no país. Veja abaixo a entrevista

Qual será seu discurso de campanha nessa sua terceira tentativa de chegar ao governo do Estado?
Marcos Silva - Vamos mostrar os impactos da vida do maranhense sobre a dominação de uma oligarquia. Nesse aspecto também vai ser importante para nós deixar bem claro que a pseudo-oposição fez uma experiência, em que essa experiência demonstra que eles não têm capacidade de mudar a realidade que o povo vive. Foi a experiência de dois anos do governo Jackson.

Quais são as propostas que o senhor apresentará ao eleitorado maranhense?
MS - Nós queremos desenvolver uma campanha em defesa da reforma agrária. Achamos que o Maranhão concentra um grande número de latifundiários e uma imensidão de trabalhadores sem terra e sem estímulo para trabalhar no campo. Em contrapartida o que a gente percebe é o crescimento do agronegócio. Nesse aspecto queremos desenvolver a campanha em defesa da reforma agrária para gerar emprego no campo e ao mesmo tempo produzir alimentos. Outra questão fundamental é a universalização dos serviços públicos, de saneamento básico, saúde, educação e moradia digna. Isso é fundamental e vai constar no nosso debate. E, por fim, a constituição de um programa industrial que seja assentado nas necessidades do povo do Maranhão, em contrapartida a essa visão de desenvolvimentismo imperialista. Isso só gera lixo, agressões ao meio ambiente e a criação de uma constelação ampla de desempregado.

A bandeira da reforma agrária é remota e hoje abriga movimentos fortes como o quase proscrito MST e legalizados como a Fetaema, entidade ligada à Contag (Confederação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura). O PSTU tem esses movimentos como parceiros?
MS - A luta pela reforma agrária não é propriedade de uma organização a ou b. Ela é propriedade da necessidade dos trabalhadores sem terra do Maranhão de ter um pedaço de terra para trabalhar na terra e sobreviver na terra. Nesse aspecto nós temos uma diferença programática com a FETAEMA (Federação dos Trabalhadores e Trabalhadores na Agricultura do Estado do Maranhão) que, lamentavelmente, sua direção prefere continuar acreditando nos políticos que são aliados do agronegócio. Então, evidentemente, não dá para o PSTU despertar o apoio dos dirigentes da FETAEMA, porque eles estão presos historicamente a esses setores que são aliados do agronegócio. Políticos, que mesmo de esquerda, são de uma esquerda tradicional, que demonstra claramente que é uma pseudo-esquerda. Com relação ao MST tenho plena certeza e convicção de que muitos dos companheiros que compõem a direção do movimento verão no PSTU um aliado da luta pela reforma agrária. Embora tenhamos diferenças táticas e até estratégicas, temos ações comuns. Creio que tanto o MST como organizações menores deverão estar juntos.

Como é que fica o PSTU diante das cifras milionários de gastos de campanha?
MS - Nosso partido sabe muito bem que vamos enfrentar o preconceito de classe. As organizações da classe trabalhadora, operária, revolucionária, ela sofre com o preconceito de classe porque são candidaturas de trabalhadores que estão na linha da pobreza ou então no setor médio. No entanto, nós temos um referencial, que é a classe trabalhadora. Nós vamos fazer nossa campanha assentada na mobilização dos trabalhadores e vamos buscar apoio político e financeiro no seio da classe trabalhadora. A única forma hoje de combater a politicagem, a compra de voto, só os trabalhadores tem condições de fazer isso. Porque eles sobrevivem de sua renda, da renda de seu trabalho. Portanto, eles não precisam vender o seu voto para sobreviver.

O senhor acha possível o PSTU enfrentar o grande poderio econômico em torno das candidaturas chamadas burguesas ou da “pseudo-esquerda”?
MS - Nós temos certeza que nosso candidato a presidente, que é o Zé Maria, e a vice, que é a maranhense Claudia Durans, vão caminhar esse país todo conversando com os trabalhadores, pedindo apoio político e financeiro para a campanha. Aqui no Maranhão nós vamos seguir a mesma linha. Essa não é a primeira experiência. Se nos lembrarmos da campanha de Lula de 89, no primeiro turno, quando setores da burguesia ainda não acreditavam nele, fizemos uma campanha em porta de fábrica, visitando universidades, nas ruas, vendendo bottons, camisas, fazendo finanças próprias. O Lula passou a ser financiado pela Odebrecht, Camargo Correa, Bradesco e Banco Itaú só a partir de 94. Porque no segundo turno de 89 demonstrou-se a clara possibilidade dele chegar ao poder central. Temos certeza de que as mudanças que precisam ser feitas no Maranhão e no Brasil e no mundo só pode ser feita de forma independente pela classe trabalhadora.


Os candidatos do PSTU-MA nas eleições 2010
Governador: Marcos Silva
Vice-governador: Hertz Dias
Senadores: Luis Carlos Noleto (1º suplente: Maria do Carmo Durans-2º suplente: Maria Sales) e Claudicéia Durans (1º suplente: Valdinéia Ferreira da Silva-2º suplente: Janildes Santos)
Deputado Federal: Eloy Nathan
Deputado Estadual: Ramon Zapata.

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