25 de mar. de 2011

Um Dia para Entrar para a História do Maranhão

Hugo Freitas
O dia 24 de março de 2011 ficará marcado na História do Maranhão como sinônimo de tristeza, de dor, de indignação. É um dia para se esquecer mas, ao mesmo tempo, para se registrar nos anais históricos deste grande pedaço de fazenda da federação.
    É o dia em que o movimento estudantil secundarista do Estado mostrou-se completamente seduzido e locupetrado pelas falsas promessas de um governo que sobrevive às custas de propaganda cara e mentirosa.
    É o dia em quem falou mais alto que a força da mídia vendida foi a fraqueza dos que se deixaram bestializar pela força da grana.
    É o dia em que vemos os nosso sonhos serem soterrados no mesmo abismo onde despejaram nossas esperanças de ver este Estado livre das agruras de um judiciário "viciado", de uma Assembleia do povo "impopular" e de uma mídia fadada à subserviência aos seus mandatários.
    É o dia em que todas as incertezas que pairavam sobre a mente dos mais desatentos se dissiparam de forma límpida e cristalina, deixando à mostra a crueza do esfacelamento político da juventude maranhense.
    É o dia em que a classe trabalhadora mais vilipendiada deste país, a dos professores, foi traída por aqueles por quem lutam.
    É o dia em que a massa acéfala deste Estado deixou claro para todo mundo ver, ler e ouvir que aqui, no Maranhão, quem manda é o lorde de bigode, "Sir Nei", e seus peões articulados.
    É o dia em que se absteve do debate sobre a educação no Estado, A SEGUNDA PIOR EDUCAÇÃO DO BRASIL, a mesma classe sem carteiras, sem livros, sem quadros nem pincéis, sofrida e espoliada dos estudantes secundaristas maranhenses, que se manifestaram contra a greve dos professores e a favor do Governo Roseana Sarney.
    É o dia em que a ignorância de um povo, emblematizada na falta de perspectiva deste "novo futuro do Maranhão", foi exposta visceralmente em quase todos os veículos midiáticos do Estado e elevada à enésima potência, com nuances de "indignação".
    É mais um dia em que se amplia a coleção de vergonhas do Maranhão. O dia em que as palavras de Tim Maia soaram forte como vendaval: "Este país nunca terá jeito mesmo, enquanto pobre for de direita".
    Pobres de espírito, de corpo, alma e coração, juventude insandecida pelo presente contínuo das maravilhas virtuais da tecnologia e longe, muito longe, da historicidade de seu papel sociopolítico: o de dizer "NÃO" aos desmandos dos coronéis carcomidas e dizer "SIM" a todo e qualquer movimento que se levante pela melhoria da qualidade da educação em nosso Estado.
    Enfim, é o dia em que os "poderosos" devem estar sorrindo de orelha a orelha, pois na luta por salários dignos, melhores condições de trabalho e reestruturação das escolas, os professores ficaram sozinhos, "condenados" pela justiça, abandonados pela "Casa do Povo", massacrados pela mídia vendida - que está vencendo a "guerra de propaganda" na tentativa de jogar a sociedade contra a legítima e necessária greve dos educadores maranhenses - e traídos pelos próprios estudantes, em troca das migalhas que cada um destes segmentos deverá receber pelos bons préstimos oferecidos ao Governo Roseana Sarney.
    Assim como diz a canção de Zé Ramalho, está claro que o povo do Maranhão sabe bem o que quer. Afinal, numa vida de gado, "Povo marcado é Povo Feliz"!!!

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