15 de abr. de 2011

Desembargador se diz surpreso com manutenção da censura ao jornal O Estado de S. Paulo

Rosa Costa
BRASÍLIA - Autor da censura ao Estado que já dura 623 dias, o vice-presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, desembargador Dácio Vieira, que sempre negou relações com o senador José Sarney (PMDB-AP), esteve nesta quinta-feira, 14, com o presidente do Senado para acelerar questões de interesse do tribunal.
    Apesar de conviver socialmente com Sarney e com o ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia, o desembargador não se considerou impedido para julgar o pedido do empresário Fernando Sarney, filho do senador, de proibir o jornal de publicar qualquer informação sobre a investigação de que é este é alvo na Polícia Federal. Na ocasião, o jornal entrou com pedido de impedimento para reverter a censura sobre a operação Boi Barrica, da PF, que apurou supostas irregularidades nos negócios da empresa de Fernando - entre as quais tráfico de influência, lavagem de dinheiro e desvio de dinheiro público.
    Mesmo com a publicação de fotos suas ao lado de Sarney, e de testemunhos de sua ligação com ele, o desembargador manteve a tese da isenção absoluta para julgar o caso. Numa segunda tentativa, o jornal conseguiu obter seu impedimento junto ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal, que, no entanto, manteve a censura.
    Flagrado em audiência com Sarney nesta quinta,14, ele tentou demonstrar surpresa com a manutenção da censura ao jornal, que justificou como decorrência de a investigação correr em segredo de justiça. Não conseguiu explicar, porém, por que outros jornais puderam publicar matérias sobre o mesmo tema. "É, mas a dimensão, a briga judicial, realmente começou com o Estado de S. Paulo. Infelizmente aconteceu com o Estadão, um periódico nacional que eu respeito muito."
De O Estado de S.Paulo

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